Em 2014 nasceu em Portugal o projeto Port.Com que, de uma forma e presença transversal em toda a diáspora, tinha como missão levar a todos os portugueses emigrantes e lusodescendentes, a imagem de um Portugal moderno, empreendedor e acolhedor, promovendo a cultura e língua portuguesas, relatando, também, o que de melhor acontecia nas comunidades portuguesas, para a promoção da imagem do País.
Em 2020, por efeitos da Covid-19 interrompemos o projeto, dando por terminada a função que vínhamos desempenhando em promover a união dos portugueses e lusodescendentes com a sua Pátria.
No mês de junho de 2020, em que se comemora o Dia de Portugal, resolvemos relançar o projeto, alterando o título para revista Comunidades, por atendermos também ao alargamento do espaço da nossa intervenção na lusofonia: comunidades portuguesas e países de expressão lusófona.
Daí para cá temos vivido uma época de sobressaltos: a Covid-19 e, agora, a guerra na Ucrânia, que destabilizam as economias das empresas, único apoio do nosso projeto, uma vez que do Estado não esperamos nada, para alem de promessas e boas intenções.
O projeto Comunidades tem-se mantido graças ao apoio de empresas nacionais que apostam neste suporte como meio de comunicação privilegiado para a sua comunicação com a emigração portuguesa.
O projeto tem sido fortemente penalizado por ter sede em Portugal, apesar de ser a única publicação de língua portuguesa presente, transversalmente, no espaço lusofonia, nas versões gratuitas em papel e online: comunidades portuguesas e países de expresso lusófona.
Não temos qualquer apoio por parte do Estado, como alguns OCS que recebem chorudos apoios financeiros, através da DGACCP, para ações ou iniciativas, não temos acesso gratuito a notícias Lusa (pack reduzido) como os OCS das comunidades, em dezembro 2020, para suprir os efeitos da pandemia, o Governo atribuiu uma bonificação com compra antecipada de publicidade no valor de 200 mil euros, beneficiando 31 OCS da diáspora em 11 países, ficando de fora a revista Comunidades (por ter sede em Portugal), pese, embora, o seu reconhecimento de uma publicação totalmente dirigida à emigração portuguesa.
Resta-nos, como esperança futura, a aprovação na Assembleia da República de um projeto lei, da autoria do deputado do PS Paulo Pisco, para que a publicidade do Governo considere uma percentagem do valor das suas campanhas para os OCS da diáspora. Um autêntico pulmão de “ar fresco” e muito oportuno para apoiar a comunicação social das comunidades.
Face ao historial do projeto Comunidades e o seu não reconhecimento por parte do Governo em termos de apoios, agravado pelo volume de trabalho a que obriga uma publicação considerada de prestígio e referência em informação no espaço da lusofonia, obriga-nos a tomar uma decisão até final do ano: terminamos o projeto e mais um OCS desaparece no panorama da emigração? Continuamos apenas com o online?
Vamos pensar melhor até final do ano, porque a saúde do proprietário, nos moldes atuais de trabalho, não permite o esforço necessário à sua continuidade. Somos uma empresa com poucos e esforçados recursos humanos, mas com boa organização interna e uma gestão financeira muito rigorosa, para não ter dívidas a fornecedores ou ao Estado.
Nesta oportunidade não queremos deixar de manifestar o nosso reconhecido agradecimento a quem tem estado presente desde o início: Presidente da República com o apoio e mensagens regulares nos Dia de Portugal e Natal dirigido aos leitores da revista, ao Bruno Vale que está connosco desde a primeira hora e tem sido o responsável pelas capas e montagem das edições, à empresa Garland que também nunca nos abandonou desde o início, aos leitores que sempre nos seguiram e às Marcas que nos ajudaram a dar corpo ao trabalho desenvolvido.
Resta-me desejar a todos um Bom Natal e que o próximo ano de 2023 traga o melhor para todos.