A União Europeia (UE) deve trabalhar para manter o seu estatuto de potência global, de forma a obter duas vitórias no ano que vem: a paz na Ucrânia e a derrota do populismo nas eleições europeias.
A posição do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentada, na quarta-feira, no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), vem com propostas concretas de ação.
“A UE não pode esquecer, ou deixar congelados, por egoísmos fúteis, as parcerias e acordos com continentes fundamentais para a UE como a África, a América Latina e, em alguns aspetos, com a Ásia. Não pode adiar algo que daqui a algum tempo só trará mais problemas, nomeadamente nas migrações e no papel da Europa no mundo. Os egoísmos nacionais têm de ceder aos valores da UE”, disse o Presidente, um dia depois das celebrações do Dia da Europa.
O bloqueio na data das eleições europeias
No que respeita à data das eleições europeias em 2024, convencer as pessoas a deslocarem-se às assembleias de voto pode ser um desafio quando a data coincide com um fim-de-semana imediatamente antes de um feriado nacional (10 de junho) em Portugal, sendo o único Estado-membro que se opõe à data proposta de 6 a 9 de junho de 2024.
O governo de Lisboa está em conversações e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, está disposta a ajudar a obter a unanimidade necessária: “Sei que este não é o fim-de-semana ideal para Portugal, sei que este é um problema em vários países, cada fim-de-semana apresenta uma dificuldade particular”.
“Por isso o que teremos de fazer, enquanto aguardamos a confirmação oficial da data, é encorajar o maior número possível de pessoas a votar”, acrescentou Metsola, numa conferência de imprensa após reunião bilateral com o Presidente português.
A data ideal para Portugal é 26 de maio. Se não houver acordo unânime sobre outra data, Portugal poderá alterar a sua tradição de eleições ao domingo e recorrer à possibilidade de voto antecipado em mobilidade.