Já estão em vigor, em Espanha, as medidas que visam o cumprimento dos objetivos de poupança energética marcados na União Europeia (UA). Novas regras entram em ação no meio do desacordo de regiões espanholas governadas pela direita e entre dúvidas sobre como sancionar quem não cumprir.
O ar condicionado não deve estar abaixo dos 27 graus em muitos espaços públicos e durante a noite as montras das lojas deverão estar desligadas. Estas são apenas algumas das medidas que entram em vigor esta quarta-feira em Espanha para cumprir os objetivos de poupança energética marcados na UE.
As medidas do Governo espanhol (de esquerda), visam uma redução do consumo elétrico que por sua vez contribua a baixar a dependência do gás, que também se usa para produzir eletricidade, no âmbito da poupança estabelecida na Europa depois da invasão russa da Ucrânia.
No entanto, segundo a agência EFE, estas entram em vigor “no meio do desacordo de regiões governadas pela direita e entre dúvidas de como sancionar quem não cumprir o chamado “Plano de choque de poupança e gestão energética em climatização””.
Citada pela mesma fonte, a ministra para a Transição Ecológica, Teresa Ribera, avançou na terça-feira que antes da aplicação de uma multa “haverá uma margem para exigir que se cumpram algumas limitações, tal como o ar condicionado não estar abaixo dos 27 graus no verão ou o aquecimento estar acima dos 19 no inverno”.
“Tal é obrigatório em edifícios públicos, lojas, teatros, cinemas, locais de lazer, estações de comboio e autocarro e aeroportos, entre outros, mas não em escolas e universidades, creches, centros médicos ou ginásios, nem nos quartos de hotel, ao serem considerados espaços privados”, adiantou.
O desligar da iluminação de montras e edifícios públicos que estejam desocupados a partir das 22h00, salvo a iluminação ornamental de monumentos, é questionado por quem adverte de que reduzirá a segurança nas ruas e prejudicará o comércio, além de relembrar que Espanha será o único país a aplicar tal medida, avança a EFE.
O Governo de coligação integrado pelo socialista PSOE e partido de esquerda Unidas Podemos defende estas medidas implementadas através de um decreto, que requer uma posterior validação parlamentar e que é principalmente rejeitado por regiões governadas pelo conservador Partido Popular, principal força de oposição no Parlamento espanhol.
A região de Madrid anunciou que vai recorrer destas medidas ao Tribunal Constitucional.