Caras e Caros compatriotas,
O mês de junho celebra momentos felizes para os Portugueses que vivem e trabalham fora das fronteiras físicas do nosso País. O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é um dia especial para todos nós, mas sobretudo para quem está mais longe, como é o caso dos compatriotas e luso-descendentes espalhados pelo mundo.
É com imensa alegria que, este ano, voltamos a celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Portugal, na cidade de Braga, e também junto dos nossos compatriotas do Reino Unido e de Andorra, regressando ao convívio fraterno com que temos vindo a assinalar esta data com compatriotas e lusodescendentes que residem e trabalham fora das fronteiras físicas de Portugal.
É por isso que começo por agradecer à Revista Comunidades a oportunidade de me dirigir a tantos outros de vós. E fazendo-o trago três palavras.
A primeira de gratidão. Gratidão por mais um ano de resistência e superação da pandemia. Agradecimento pelos sacrifícios passados à distância. Agradecimento pela saudade, pela não vinda, como ainda aconteceu com tantos de Vós no último Verão, agradecimento pelo apoio que sempre deram a familiares e amigos, aos compatriotas residentes em Portugal. Nesta palavra de agradecimento cabe ainda uma referência à Vossa participação nos atos eleitorais que elegeram o novo Governo de Portugal. Participação que saúdo e que estimulo, reafirmando o meu empenhamento para que se ultrapassem dificuldades identificadas com que são confrontados os compatriotas votantes espalhados pelo mundo.
A segunda palavra é de confiança. Os meses que se avizinham não deixarão de trazer, para nós portugueses, novos e ambiciosos desafios. Desde logo na recuperação do pós-pandemia, uma recuperação económica e social que já começamos e queremos continuar com a ajuda e o empenho de todos, independentemente do local que escolheram para viver ou trabalhar. Uma lição dos meses que atravessamos é a de que não há ilhas no nosso mundo. E nós, Portugal, nós, compatriotas, somos tudo menos uma ilha. Fraternidade lusófona, integração europeia, relacionamento transatlântico, estreitamento euro-africano e ibero-americano, solidariedade multilateral são caminhos que devemos continuar a cultivar e a trilhar. É a nossa maneira de ser, mas é igualmente a nossa força, esta capacidade de estabelecer pontes entre culturas, civilizações, oceanos e continentes. Peço-vos que assim continuem, pensando no que significa essa dimensão global do Ser Português.
Finalmente, uma palavra devida ao momento presente, e à necessidade de nos afirmarmos como construtores de paz. A paz para o Povo Ucraniano, que temos acolhido em Portugal e ajudado em todo o mundo. A paz pela compreensão dos sacrifícios vividos e pelo empenho na superação de desafios futuros. A paz como o exemplo que sempre demos, na nossa integração entre outros povos, culturas e sociedades.
Conto convosco. Portugal conta convosco.
Marcelo Rebelo de Sousa
Lisboa, Palácio de Belém