“É um ano que é histórico do ponto de vista da economia portuguesa porque, apesar de todas estas crises, em 2022 teremos a nossa economia a crescer acima dos 6,5%, o que o Governo incluiu na apresentação do Orçamento do Estado. poderá chegar aos 6,8%, o maior crescimento da União Europeia”, disse António Costa Silva, depois de se referir à guerra na Ucrânia e ao aumento da inflação e do custo da energia.
O ministro falou na edição de 2022 dos Encontros PNAID – Programa Nacional de Apoio ao Investimento na Diáspora, que contou com 182 empresários portugueses da Diáspora, oriundos de 35 países, num total de mais e 700 presenças.
Segundo Costa Silva, neste crescimento “extremamente significativo” está “o contributo, não só do consumo interno, em particular na primeira metade deste ano, mas também o contributo da procura externa líquida, em particular dos serviços e do turismo.
Aos jornalistas, o ministro explicou que houve “um crescimento acima das expectativas no último trimestre e, por isso, tudo indica que o crescimento poderá rondar os 6,8%”, valor também estimado no Boletim Económico de dezembro do Banco de Portugal.
As projeções do Governo que acompanham a proposta do Orçamento do Estado para 2023 apontam para um crescimento económico de 6,5% em 2022, mas os dados já disponíveis levaram o ministro das Finanças, Fernando Medina, a apontar para 6,7% na segunda-feira, 18 de dezembro.
Para esse crescimento, há também uma contribuição extraordinária das exportações, que “chegarão a 49%, 50% do PIB [Produto Interno Bruto]”, o que também é um “resultado histórico”.
“Vamos ter entre 25 e 30 mil milhões de euros a mais em termos de exportações do que tínhamos no ano passado”, apontou, considerando que “estes números são indicadores de confiança na resiliência e competitividade da economia portuguesa”.
O Banco de Portugal melhorou hoje a previsão de crescimento do PIB para 6,8% este ano, mas baixou a previsão para 2023 para 1,5%, e está mais pessimista quanto à inflação, prevendo 8,1% este ano e 5,8% em 2023.
Apontando que ainda não estava a par das previsões, o ministro sublinhou que “esta é uma demonstração de que a economia portuguesa, apesar de tudo, está em movimento”. “Temos problemas, temos de os resolver, mas dá alguma confiança para o futuro”, disse António Costa Silva.
Questionado se os portugueses podem esperar, perante estes números, que o próximo ano seja mais fácil, António Costa Silva respondeu: “2023 será certamente mais difícil”. Apontando para uma “forte recessão económica na Alemanha”, que é o “motor económico da Europa”, o ministro disse que “as repercussões vão atingir todo o continente”.
“O que estou a dizer é que com este crescimento, com a resiliência que a economia está a mostrar, com alguma diversificação que temos nas exportações, em múltiplas áreas, noutros mercados, principalmente para o mercado americano ou norte-americano, para os mercados asiáticos, podemos estar em uma posição mais forte para enfrentar essas adversidades, mas certamente não teremos um 2023 fácil, que não haja ilusões”, alertou.