O ministro do Mar português defendeu um processo de industrialização em Moçambique alinhado com o desenvolvimento sustentável e atento às alterações climáticas, manifestando a abertura de Portugal para uma agenda comum de conservação.
“Espero ver Moçambique a progredir na sua industrialização, tendo em atenção o desenvolvimento sustentável e os impactos no clima”, disse Ricardo Serrão Santos à margem da 2.ª Conferência Internacional Crescendo Azul, centrada nos oceanos e que decorreu na província de Inhambane, sul de Moçambique.
Para o governante português, a aposta num projeto de industrialização virado para áreas que podem beneficiar o processo de descarbonização é uma solução, mas é preciso perceber que “as opções não são iguais em todas partes do mundo”.
“Há países que não contribuíram para o impacto que hoje sentimos no clima como outros”, frisou o ministro português, em alusão ao caso de Moçambique, que embora tenha os mais baixos níveis de poluição é um dos mais vulneráveis às alterações climáticas.
Ricardo Serrão Santos reiterou a abertura de Portugal para reforçar a cooperação com Moçambique na proteção da biodiversidade dos oceanos, numa relação em que o país africano também tem experiências para partilhar.
“Vejo Moçambique como um emissor de experiências muito interessantes. Esta relação entre o turismo azul e a conservação do oceano na zona em que estamos agora [Vilanculos] é fantástica”, frisou.
“Isto serve para alinhar interesses e perspetivas rumo a uma agenda comum em direção à Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que terá lugar em Lisboa em junho de 2022”, acrescentou Ricardo Serrão Santos, frisando que há grande espaço para cooperação entre Moçambique e Portugal na área da proteção da biodiversidade dos oceanos.