«Uma festa dentro de uma festa», afirmou o presidente da Câmara Municipal de Mira, Artur Fresco, para denominar o encontro entre as cidades e as comunidades com as quais o município de Mira tem vindo a estreitar relações de união e cooperação.
Um dos dias das festas de São Tomé foi dedicado às Cidades Amigas e Comunidades do Município de Mira que fizeram questão de marcar presença para visitar, conhecer e perspetivar caminhos de futuro.
De Lagny, em França, de Differdange, no Luxemburgo, de Payerne, na Suíça e de Santa Cruz, em Cabo Verde viajaram delegações para saborearem os sabores do mar, apreciarem a Praia de Mira e conhecerem umas das maiores e mais importantes festividades do concelho.
“Neste dia pretendemos também saudar todos aqueles que decidem partir à procura de uma vida melhor”, salientou o autarca ao jornal Diário de Coimbra, acrescentando também que Mira tem vindo a acolher vários imigrantes do Brasil, Venezuela, Paquistão, entre outros e que o objetivo primordial é o de “saber acolher”.
O Município de Mira tem protocolo de geminação com a cidade de Lagny e com Differfange, esta mais recente.
“A ligação com Lagny é a mais antiga, desde 2001, contudo, houve uma altura de afastamento e penso que esta é altura certa para reatar contactos e atividades no futuro”, disse.
Paul Michel, presidente da Câmara de Lagny agradeceu o convite e o facto de “estarem todos unidos em Mira”, não esquecendo os portugueses que “há duas ou três gerações” têm escolhido aquela cidade para trabalhar.
Já Guy Altmeisch, de Differdange, assume que “esta visita é o primeiro passo para a construção de uma colaboração maior”.
De Mira para Santa Cruz, em Cabo Verde, tem “viajado” muito conhecimento em desenvolvimento do território e proteção civil, assim como ajuda humanitária para instituições e associações, destacou Jamira Duarte, vice-presidente da cidade.
Como forma de retratar o fenómeno da emigração de portugueses para vários locais, principalmente, da Suíça foi apresentado ao público no espaço institucional do certame o documentário “Do Mar à Abadia” que dá a conhecer a história de 10 mirenses que decidiram emigrar para Payerne.
Em nome de tantos emigrantes, Paulo “Pescador”, assim conhecido por todos, foi convidado a falar sobre a sua experiência e do Centro Português de Payerne que tem vindo a trabalhar na integração não só de portugueses, como de outras comunidades.
“Sinto-me em casa tanto em Mira como em Payerne”, confessou Paulo, acrescentando que o centro realiza eventos culturais e desportivos para amenizar as saudades de Portugal.