Campanha Agrícola 2020-2021 tem preparação mecanizada de 100 hectares nos campos de produção de arroz e transferência de tecnologias no Vale de Mandruzi, Mutua e Savane em Sofala; parceria tenta aliviar efeitos do ciclone Idai.
A ONU Mulheres está a cooperar com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, no apoio a cerca de 100 mulheres rurais a reerguerem-se dos efeitos do ciclone Idai, no distrito de Dondo.
A iniciativa inclui preparo da terra e entrega de instrumentos de produção (como enxadas, catanas e sementes melhoradas) às associações de mulheres produtoras com vista a relançar a cadeia de valor do arroz.
Segundo a ONU Mulheres, o setor agrícola, onde as mulheres são a maioria da força laboral, perdeu quase US$ 513 milhões com o ciclone.
Amélia Maite Chibica, 43 anos, é membro da associação do Vale de Mandruzi e conta que o Idai lhe retirou os meios de subsistência. Mas hoje, sente-se feliz e já sonha com uma colheita positiva devido ao apoio da ONU Mulheres e do Pnud.
“A vida das famílias mudou porque nós não tínhamos nada para a lavoura. Assim, é uma maravilha. Entrou o trator e está a lavrar. Está a agradar. Isso é graças a Deus. Não contávamos que isso fosse a acontecer. A colheita vai ser boa. Desde que começamos a trabalhar aqui nunca lavramos e depois tratar. Este ano é a primeira vez. Vamos produzir muito e ultrapassar o que nós fazíamos”.
Já a agricultora Maria de Fátima Filipe, 41 anos, acredita que em 2020 a colheita vai superar a tristeza de 2019 para ela e para os sete filhos.

“A ONU mulheres ajudou nos muito com oferta do trator. O trator permite lavrar a terra. A terra bem tratada permite uma produção melhor. Em 2019 passamos muito mal, muitas culturas foram-se com a água, por exemplo o arroz na fase próximo da colheita ficou destruído pelo ciclone Idai. Estamos com esperança que em um hectare possamos colher 6 toneladas de arroz”.
As mulheres têm sido afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas e tendem a recuperar-se com lentidão devido ao fraco acesso a condições e equipamentos de produção, nomeadamente, terra arável, tecnologias, serviços de extensão agrária e financiamento. A reconstrução é difícil para os agregados familiares chefiados por mulheres que tem de cuidar da família e gerar rendimentos.
A pandemia da Covid-19 ameaça recuar os avanços na recuperação pós-desastre, o que justifica o investimento para a resiliência das mulheres rurais em tempos de Covid-19.


































