Moçambique conta com mais uma plataforma juvenil para lidar com a crise climática e ambiental e fazer provisões para a sua participação segura e significativa. A Plataforma Juvenil para Ação Climática, Ycac Moz, cujos membros estiveram na conferência de Jovens, COY, e na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças climáticas, COP27, no Egito, no mês passado.
Nélio Zunguza, gestor do projeto e responsável pela implementação da plataforma, disse à ONU News, em Maputo, que a prioridade é sensibilizar a juventude para dar a conhecer as consequências das mudanças climáticas. “Pretendemos, no próximo ano, realizar a conferência nacional que vai legitimar a voz dos jovens, crianças e adolescentes a nível nacional nesta componente. Vamos ter pontos que serão levados para o governo que vão ser juntos inclusos outros setores chaves da sociedade como posicionamento de Moçambique. Teremos lá a voz da criança, jovem adolescente e a rapariga neste processo”, referiu.
A Plataforma Juvenil para Ação Climática quer agora dar seguimentos as experiências partilhadas nos eventos e para Vânia Gonçalo, da Ycac, existe uma relação direta entre as mudanças climáticas e a violência baseada no género.
Esta cita também a necessidade de empoderar as mulheres através de formas alternativas, algo que a plataforma já desenhou e apelida de negócios verdes, referindo que através destes se “pretende levar de modo a capacitar raparigas e mulheres em técnicas de reaproveitamento de resíduos que possam ser transformados em algo que possa gerar algum lucro.” Vânia Gonçalo refere ainda que, “esta iniciativa tem como principal objetivo dotar as mulheres de ferramentas técnicas de empreendedorismo, técnica de reaproveitamento de resíduos, para que estas mulheres possam ter os seus negócios verdes que sejam sustentáveis para o meio ambiente e também de forma econômica.”
De acordo com um relatório recente da Save the Children, cerca de 774 milhões de crianças, um terço da população infantil total do mundo, vivem com o duplo impacto da pobreza e do alto risco climático. No estudo, 83% das crianças consultadas, em 15 países, disseram ver impactos da crise climática ou da desigualdade, ou ambos, afetando o mundo ao seu redor. Um total de 73% acredita que os adultos deveriam fazer mais para resolver esses problemas.
Para além do governo moçambicano, a Plataforma Juvenil para Ação Climática tem apoio das Nações Unidas através do Unicef, ONU Mulheres, Unfpa e parceiros, nomeadamente a Save the Children International.