A existência de jornais, revistas, rádios, canais televisivos e portais de informação disseminados pela dispersa geografia da diáspora lusa, é um sinal evidente do dinamismo das comunidades portuguesas, assim como do papel estruturante que os meios de comunicação social desempenham na sociedade contemporânea ao nível dos modos de vida, dos valores, das opiniões e da visão do mundo que partilhamos.
Os órgãos de comunicação social das comunidades, num mundo em crescente mobilidade, desempenham um papel insubstituível e incontornável na promoção da língua, da cultura e da economia nacional no estrangeiro, assim como do pulsar da vida das sociedades em que está inserida.
Com incontáveis dificuldades e sem o devido reconhecimento do poder político das pátrias de origem ou de acolhimento, e na maior parte dos casos sobrevivendo graças ao espírito de carolice dos seus diretores, colaboradores, leitores e empresários mecenas, com mais ou menos dificuldades expostas pelas crises económicas, a tudo isto os meios de comunicação social produzidos nas diferentes comunidades vão procurando resistir. Dando um exemplo genuíno de altruísmo e serviço em prol de uma informação de proximidade que constrói pontes entre povos, dilui a saudade e a distância, fortalece a identidade cultural e projeta Portugal no Mundo.
No entanto, os dias de hoje, desvendam cada vez mais exemplos da complexidade que constituiu a sobrevivência destas genuínas instituições de cidadania e portugalidade, tendo inclusive algumas delas, fechado portas perante notórias dificuldades financeiras inerentes às cada vez mais escassas receitas publicitárias.
Perante este quadro de crescentes dificuldades, a que se junta a erosão das receitas publicitárias, o acentuado envelhecimento de várias comunidades portuguesas e o enraizamento de uma cultura de confiar nas notícias e revelar interesse por elas, mas de não pagar por jornalismo, urge uma reflexão aprofundada sobre o papel dos meios de comunicação social das comunidades portuguesas.
Uma reflexão que não pode deixar de abranger as seguintes linhas de ação: a desconstrução do paradigma “confia-se nas notícias, mas não se paga por elas”; o reforço de dotação das autoridades nacionais no acesso dos meios de comunicação social das comunidades portuguesas a campanhas de publicidade institucional, essencial para a sustentabilidade financeira das publicações; a incessante procura na credibilidade, rigor e isenção, alicerçada numa aposta decisiva nas competências digitais e nas redes sociais, capaz de atrair e fixar novos públicos como os lusodescendentes.
































