Quatro obras de Abdulrazak Gurnah, o escritor africano galardoado este ano com o Nobel da Literatura, vão ter tradução em português já em 2022.
Abdulrazak Gurnah é o quinto escritor africano a ser distinguido com um Nobel, com o qual recebeu ainda um prémio monetário de 1,1 milhão de euros.
A academia real sueca justificou o prémio com o “descomprometido e apaixonado mergulho” de Gurnah “nos efeitos do colonialismo e no destino dos refugiados no abismo entre as diferentes culturas e continentes”.
Ainda inédito em Portugal, o africano, Natural de Zanzibar, atualmente parte da Tanzânia, terá a partir de 2022 as primeiras quatro obras traduzidas em português publicadas pela Cavalo de Ferro.
A primeira, “Afterlives”, o livro mais recente, já em fevereiro. Depois, em maio, é lançado “Paradise”; em setembro “By the Sea”; e, já em 2023, “Desertion”.
“É um absoluto privilégio incluir Abdulrazak Gurnah entre os autores da Cavalo de Ferro e poder divulgar a sua obra junto dos leitores portugueses. Uma obra importante, que ajuda a repensar questões que se posicionam no centro das preocupações do mundo atual, com uma voz que ainda teima em ser considerada periférica”, afirmou Diogo Madre Deus, editor da Cavalo de Ferro, numa publicação na página de Facebook da editora.
A “Semana Nobel” de entrega dos prémios arrancou na segunda-feira (dia 6) com a distinção deste ano na Literatura a ser entregue em Londres.
Abdulrazak Gurnah recebeu a preciosa medalha na residência da embaixadora da Suécia no Reino Unido.
Dirigindo-se ao escritor, Mikaela Kumlin Granit afirmou que normalmente a entrega do prémio “seria pelas mãos de Sua Majestade, o Rei da Suécia”. “No entanto, este ano, o senhor será celebrado com uma distância imposta entre nós devido à pandemia”, explicou a embaixadora.
Esta foi a primeira das várias cerimónias de entrega dos Nobel previstas para a “Semana Nobel” nos respetivos países dos laureados, em eventos que tiveram acesso limitado, devido à Covid-19.
Na segunda-feira, fez-se a entrega em mãos do Nobel tripartido da Física, com uma cerimónia em Itália (Giorgio Parisi) organizada pelo embaixador sueco em Roma, Jan Björklund, e em Washington (Syukuro Manabe), pela embaixadora sueca nos Estados Unidos, Karin Oloffsdotter.
No evento na capital americana, foram entregues ainda um dos Nobel da Química (David W. C. MacMillan) e um dos das Ciências Económicas (Joshua D. Angrist).
Na terça-feira, foi entregue, na Alemanha, a terceira distinção na Física (Klaus Hasselmann) e da segunda na Química (Benjamin List), pelo embaixador Per Thöresson.
Nesta quarta-feira, em Irvine, também nos Estados Unidos, foram entregues os Nobel da Fisiologia ou Medicina (David Julius e Ardem Patapoutian) e os restantes das Ciências Económicas (David Card e Guido W. Imbens).