O Espírito Açoriano e a arte de Domingos Rebelo é o título da exposição do pintor açoriano que será inaugurada a 31 de março na Galeria da Família Wattles no Whaling Museum, em New Bedford nos Estados Unidos. Obras serão expostas até 22 de setembro de 2022.
Organizada pelo seu neto e curador convidado Jorge Rebelo, a exposição reúne mais de 70 pinturas e obras em papel de coleções de Portugal continental e dos Açores.
“O meu avô teve um sonho de toda a vida de expor o seu trabalho para o público emigrante português nos Estados Unidos, um sonho que nunca se concretizou na sua vida”, disse Jorge Rebelo. “Estou emocionado por ter feito parceria com o New Bedford Whaling Museum e tantos outros para ver o seu sonho realizado e exibir o seu trabalho para um público americano pela primeira vez”.
Domingos Maria Xavier Rebelo nasceu em Ponta Delgada a 3 de dezembro de 1891, e faleceu em Lisboa a 11 de janeiro de 1975. Desde muito novo revelou propensão para a arte e, com apenas 13 anos de idade, iniciou-se publicamente no mundo das artes com a exposição de um quadro na montra de uma loja.
Aos 15 anos partiu para Paris onde frequentou a Academia Julien vivendo a originalidade dos modernistas Cézanne, Matisse e Modigliani. Foi nesse meio artístico que Domingos Rebelo aperfeiçoou a sua formação técnica. Em 1913 estava de regresso à ilha natal, onde permaneceu 30 anos, deslocando-se com regularidade a Lisboa para exposições na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Em 1942 Domingos Rebelo estabeleceu-se definitivamente em Lisboa, onde completou a obra a fresco iniciada pelo pintor Sousa Lopes (quatro dos sete painéis que decoram o salão nobre da Assembleia da República). Hoje, Rebelo é considerado um dos primeiros pintores modernistas portugueses.
O museu irá acolher uma visita pública especial seguida de uma mesa redonda explorando o legado de Rebelo no dia 7 de abril de 2022 e em que Memory Holloway, Onésimo Teotónio Almeida e Jorge Rebelo discutirão a vida e a obra do pintor.
A exposição será acompanhada pela publicação de um catálogo de 240 páginas, bilingue, com ensaios de académicos portugueses e americanos, apresentando Domingos Rebelo ao público norte-americano.