Foram localizadas 12 toneladas de produtos fitossanitários não autorizados, com um valor de mercado de cerca de sete milhões de euros.
Quatro pessoas e duas empresas estão a ser investigadas pelo uso e comercialização de pesticidas proibidos em Espanha, depois de terem sido detetados vestígios dos produtos em várias explorações agrícolas nos arredores do Parque Nacional de Doñana, em Huelva.
O Serviço de Proteção da Natureza da Guardia Civil localizou “um veículo que transportava 24 garrafas de um produto fitossanitário – pesticida, tóxico e perigoso para o ambiente – proibido em Espanha e rotulado em português”, numa área protegida do parque, segundo adiantou um comunicado do Ministério do Interior, divulgado esta quinta-feira.
Nessa linha, o Serviço de Proteção da Natureza de Huelva, em colaboração com inspetores de Sevilha, inspecionou armazéns naquela zona agrícola, onde encontrou 12 toneladas de produtos fitossanitários não autorizados, com um valor de mercado de cerca de sete milhões de euros.
“Foram colhidas amostras na referida plantação e enviadas para um laboratório oficial, confirmando a presença de substâncias fitossanitárias proibidas, incluindo clorpirifós, um inseticida proibido na União Europeia desde 2020”, complementou a nota.
Uma vez que os produtos tinham origem portuguesa, foi solicitado o apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR), através da coordenação da EUROPOL, “para conhecer a real rastreabilidade deste produto e travar o tráfico ilegal destas substâncias perigosas”.
“Por não serem rotulados em espanhol, os produtos representavam um risco para a saúde dos agricultores, uma vez que os métodos obrigatórios de utilização e proteção não estavam claramente refletidos, e um risco para o consumidor, por se tratarem de produtos fitossanitários não autorizados”, esclareceu ainda a tutela.
Foram ainda “analisados os riscos para o ambiente e os ecossistemas decorrentes da aplicação deste tipo de produtos fitossanitários ilegais, tendo em conta a proteção especial do Parque Nacional de Doñana”. As primeiras conclusões da investigação já foram encaminhadas para as autoridades judiciais, mas o processo continua.
Em causa estão crimes contra a saúde pública e contra os recursos naturais e o meio ambiente, bem como falsificação de documentos.
