Investigadores do Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, vão apresentar o ColRobot, um robô que vai «mudar o paradigma» da indústria automóvel e aeroespacial.
Em entrevista à agência Lusa, Germano Veiga, investigador do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes do INESC TEC, explicou que, ao combinar tecnologia de ponta desenvolvida na Europa, o robô vai atuar «colaborativamente com o operador humano» durante o processo de montagem.
«O intuito deste projeto foi o desenvolvimento de robôs para operações em ambiente colaborativo, ou seja, partilhados entre o homem e a máquina», frisou.
Segundo o investigador, o ColRobot vai ter diferentes impactos nas indústrias a que vai ser aplicado, na medida em que, na área aeroespacial é considerado como «uma das primeiras tentativas de automatização com recurso a robôs», enquanto que na área automóvel vai permitir «automatizar operações para as quais a robótica ainda não apresentava soluções».
No caso da indústria aeroespacial, uma atividade «dominada por operadores humanos», o robô vai servir de «terceira mão» ao segurar no satélite enquanto o operador aparafusa os componentes no objeto, assim como vai ter «uma produção flexível» ao conseguir deslocar-se até ao armazém para «buscar as ferramentas necessárias» para determinada operação.
Quanto à indústria automóvel, o ColRobot vai conseguir entrar num veículo, neste caso específico numa carrinha, e fazer operações de aparafusamento «ergonómicas» em simultâneo com o operador, partilhando assim o mesmo espaço.
«A ideia de que o robô vai partilhar o espaço com o operador de forma segura e eficiente vai, provavelmente, revolucionar e ter um impacto contributivo para o processo de montagem na indústria automóvel», sublinhou.
De acordo com Germano Veiga, a segurança da operação foi «uma das barreiras quebradas», na medida em que a presença do robô não vai interferir com a ação do homem.
O ColRobot, que foi desenvolvido pelo INESC TEC no âmbito de um projeto europeu financiado em 4.3 milhões de euros, vai ser apresentado e testado num veículo da Renault esta terça-feira, dia 22 de janeiro, nas instalações do instituto, onde vão estar representantes de instituições e empresas que fizeram parte do projeto.
Germano Veiga adiantou ainda que, entre este e o próximo ano, vão iniciar-se os planos para a industrialização do protótipo, assim como os planos de otimização do robô a outro tipo de veículos.