O ministro Santos Silva referiu que quanto mais incerta é a situação mundial, mais necessário é o multilateralismo e Portugal tem de ser cada vez mais ativo na sua promoção.
O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, afirmou que Portugal tem “responsabilidades acrescidas” na sua participação nas Nações Unidas, cujo secretário-geral é António Guterres, e deve ter uma contribuição “de primeiro plano”, nomeadamente quanto aos direitos humanos.
“O secretário-geral das Nações Unidas é um português distinto. Tal facto não determina, naturalmente, a sua agenda, mas traz responsabilidades acrescidas à participação de Portugal na mais importante das organizações internacionais”, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros, na abertura do seminário diplomático, em Lisboa.
O governante recordou o discurso de António Guterres, em dezembro, no parlamento português, quando advogou que “Portugal tem autoridade moral para mobilizar um conjunto alargado de Estados para que a agenda de direitos humanos volte a progredir”.
Portugal, apontou Santos Silva, defende a “interdependência das liberdades pessoais e dos direitos civis e políticos e dos direitos económicos, sociais e culturais”, valoriza os direitos humanos “por si mesmos e não como instrumentos de pressão, de jogo ou cálculo político” e porque recusa posições de “superioridade moral e arrogância cultural”.
“Temos a nosso favor a clareza do posicionamento geoestratégico”, disse o ministro, apontando que o país tem “um papel articulador e mediador” entre diferentes espaços regionais”, é “construtor de pontes” entre diversos mundos, culturas e tradições institucionais e tem “vocação para porta-voz dos anseios e interesses de países de micro, pequena e média dimensão”, sendo ainda “membros fiáveis e estáveis das várias alianças e organizações”, além de contar com uma língua global que une países de todos os continentes.
































