Para um país que tem tantos negócios vinculados a partes interessadas chinesas, essa pode ser uma situação extremamente difícil. Mas, não, segundo João Gomes Cravinho, que disse aos jornalistas que clamam por informação no Reino Unido, este assunto é “inegociável”. É “uma decisão exclusivamente técnica; uma decisão baseada em critérios técnicos utilizando elementos vindos da União Europeia,” frisou.
A razão para o efetivo banir de fornecedores chineses (e quaisquer outros, aliás, cujos países não estejam alinhados com a OTAN/OCDE/Europa ou Estados Unidos) é a salvaguarda da segurança nacional.
“Tomaremos sempre as decisões que são importantes para salvaguardar a nossa segurança e a nossa soberania e, nessa matéria, não há negociação possível,” afirmou.
A Comissão Europeia também afirmou esta semana que as medidas tomadas por 10 Estados membros da União Europeia (UE) para restringir/banir fornecedores de alto risco de redes móveis de quinta geração (5G) – como Huawei e ZTE e outros – foram “justificadas”. e apropriado”.
Apesar do risco de tensão agora nas relações com a China, Gomes Cravinho sublinhou que Portugal continua a olhar para o gigante asiático como “um parceiro em muitos, muitos assuntos”.
“Temos uma relação forte e antiga com a China, que ao longo dos anos, ao longo dos séculos, passou por vários momentos diferentes, uns mais fáceis, outros mais difíceis”. De facto, o ministro disse que vai visitar a China no final de 2023 ou início de 2024c.
Disse ainda que está em curso um diálogo sobre questões incluídas no acordo entre Portugal e a China sobre o regresso de Macau à soberania chinesa. “Estamos satisfeitos com esse diálogo, o que não significa que estejamos satisfeitos com todos os pontos”, sublinhou.
Europa. Huawei e ZTE banidas da Comissão Europeia
As tecnológicas chinesas podem acabar fora do mercado europeu por receios de segurança
As chinesas Huawei e ZTE foram banidas da Comissão Europeia. O colégio de Bruxelas disse que vai deixar de recorrer aos serviços móveis das duas companhias, em particular no 5G, por questões de segurança. Depois do veto de Bruxelas falta convencer os Estados-membros.
Portugal já excluiu a Huawei dos serviços 5G, seguindo países como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Os estados-membros da União Europeia não conseguiram uma posição comum nos últimos três anos. Pequim assegura que não há risco de espionagem.