A primeira conferência de interação organizada pela Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe, reuniu em Moçâmedes, sul de Angola, três especialistas portugueses, entre eles o antigo secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu.
Subordinada ao tema “O Mar no Contexto do Desenvolvimento Global”, a conferência teve como objetivo, segundo os promotores, envolver as comunidades académica e científica a debater “temáticas relacionadas com as ciências do mar”, num contexto da utilização do espaço marítimo angolano.
O antigo secretário de Estado do Mar convidado a abordar o tema “Blocos de Construção do Oceano: Para além dos espaços marítimos”, enquanto Rui Rocha, investigador na Universidade de Aveiro, abordou nesta conferência a área da “Aquacultura comunitária”. O engenheiro de construção naval, Victor Gonçalves de Brito, ex-administrador do Arsenal do Alfeite e antigo presidente executivo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) é convidado no âmbito das “Oportunidades e perspetivas de desenvolvimento da economia do mar”.
De acordo com o Ministério das Pescas de Angola, que promove o evento, através da Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe, a conferência intensifica “a reflexão e debate sobre o desenvolvimento das atividades do meio marinho como contribuição para a economia”, tendo em conta “o paradigma do desenvolvimento sustentável e da planificação” das ações a realizar ao longo da costa angolana.
Angola tem uma linha de costa de 1.650 quilómetros e uma Zona Económica Exclusiva de 330.000 quilómetros quadrados, mas a economia do mar representa apenas cerca de 3% do Produto Interno Bruto do país.
A primeira instituição de ensino superior em Angola dedicada em exclusivo às pescas e ciências do mar, foi inaugurada em julho de 2017 em Moçâmedes, junto ao deserto do Namibe, e prevê receber 5.400 alunos em cinco anos.
Para Carmen Van-Dúnem dos Santos, coordenadora da comissão de gestão da Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe, a primeira meta passa por receber uma centena de estudantes de países vizinhos, como Namíbia ou África do Sul, ou de língua portuguesa, entre outros, depois de a própria cidade de Moçâmedes criar condições para a avalancha de estudantes que se perspetiva para a pequena cidade pesqueira do sul de Angola.
A cooperação internacional na investigação dos recursos marinhos é outra das prioridades na agenda da primeira academia das pescas de Angola.