O preço do gás natural voltou a cair na Europa, mantendo-se próximo dos valores alcançados no início da semana, quando este combustível recuou para números anteriores ao início da guerra. O alívio prende-se com a perspetiva de menor procura.
Esta quinta-feira, os futuros de referência TTF para entrega em junho desciam 1,79%, para 86,5 euros por MWh (megawatt-hora), apesar de terem estado a subir mais de 4% cerca de meia hora antes, de acordo com a Barchart.
No início da semana, o gás natural atingiu o preço mais baixo em três meses, ao cair para 82,95 euros. Este valor compara com os 317 euros a que o TTF chegou a cotar em Amesterdão em 7 de março, pouco depois do começo da invasão russa da Ucrânia.
Segundo o portal Eco Online, a forte oscilação deste combustível nos mercados internacionais levou mesmo Portugal e Espanha a negociarem com a Comissão Europeia uma “exceção ibérica” para impedir que a alta de preço do gás contagie os preços da eletricidade.
Apesar do recuo da procura, que é parcialmente explicado pela subida das temperaturas, o mercado de gás continua em tumulto face ao risco de corte de abastecimento ao continente pela Rússia. Moscovo já fechou a torneira a países como Polónia, Bulgária e Finlândia e, numa escala bastante inferior, à Alemanha.
Esta quinta-feira, a Reuters noticiou que a Gazprom, a estatal russa do sector do gás, terá reduzido os pagamentos à Ucrânia pelo trânsito do combustível por aquele território desde que Kiev suspendeu os fluxos através do ponto de Sokhranovka. A queixa foi feita pelo líder da ucraniana Naftogaz, Yury Vitrenko.