“Sugiro um dos dois meses que são realmente muito agradáveis em Portugal, março ou abril”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
“Portugal gostaria muito de o ter num ano como o próximo, em que se comemoram os 50 anos da revolução de 1974, que foi o início de um longo processo”, acrescentou.
Posteriormente, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, agradeceu o convite e disse a Marcelo Rebelo de Sousa que foi detido em Moçambique na sequência do 25 de Abril.
“A vossa revolução, quando ali aconteceu em 1974, teve outras consequências nesta região, e pessoalmente para mim, porque foi a vossa revolução que me levou a ser preso pelos governantes do apartheid. Enquanto as pessoas comemoravam a libertação de Moçambique, decidiram prenda-me. Portanto, estamos conectados”, disse Ramaphosa.
Segundo a sua biografia oficial, Ramaphosa esteve preso durante onze meses em 1974 depois de participar numa manifestação a favor da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Em conferência de imprensa conjunta com o Presidente sul-africano, após o encontro entre as delegações portuguesa e sul-africana, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou o convite para uma visita a Portugal, apontando para “março do próximo ano”.
O chefe de Estado português voltou a referir que 2024 será o ano em que Portugal celebra “cinco décadas de liberdade e democracia”, e considerou que o 25 de Abril está ligado “à independência dos países irmãos que falam português, mas em alguns caminhos também para a luta democrática na África do Sul contra o apartheid”.
Em resposta aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu que não convidou o seu homólogo sul-africano a estar em Portugal no próprio dia 25 de Abril, “mesmo que por uma razão muito simples, o Presidente Ramaphosa terá outras atividades intensas a desenvolver nos dois próximos meses e, portanto, março parece ser o período adequado para a visita”.
“De qualquer forma, soube hoje que o Presidente Ramaphosa também foi tocado por um efeito colateral do 25 de abril de 1974, porque celebrou o caminho para a independência dos novos Estados de língua portuguesa, nomeadamente Moçambique quando foi preso”, disse.