A Guiné-Bissau viveu esta terça-feira momentos de grande tensão, quando homens armados tentaram invadir as instalações do Palácio do Governo, onde decorria uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
A reunião, dirigida pelo presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, também contava com o primeiro-ministro e outros membros do governo guineense.
Alarme
Os disparos de armas automáticas, que foram ouvidos nas imediações do Palácio, ativaram o alarme criando momentos de pânico em Bissau, resultando no encerramento de mercados, escolas e administração.
O presidente Sissoco Embaló divulgou imagens na sua rede social ao lado do ministro do Interior e do vice-chefe de Estado Maior das Forças Armadas no seu gabinete de trabalho.
Analistas dizem que a sublevação acontece na sequência dos rumores sobre a possível morte ou pedido de demissão do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nantam, que se encontra em tratamento médico no exterior e na sequência de uma remodelação governamental que não terá agradado os partidos da coligação que suporta o governo.
Meios locais de comunicação relataram que houve mortes nas forças de segurança da Presidência e que quatro feridos teriam dado entrada no Hospital Nacional Simão Mendes.
Foi um “ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga”, afirmou Sissoco Embaló, confirmando que há pessoas detidas e vítimas mortais, sem, no entanto, precisar números.
Forças de defesa e segurança impediram golpe de Estado
Embaló, agradeceu ontem (01) às forças de defesa e segurança do país por terem impedido um golpe de Estado, que constituiu um “atentado à democracia”.
“As forças de defesa e segurança conseguiram impedir este atentado à democracia”, afirmou, em declarações aos jornalistas.
“A Guiné-Bissau não merece isto”, disse Embaló, rejeitando qualquer responsabilidade: “Sou um homem de paz, contra a violência”.
O presidente da Guiné-Bussau disse que já falou com o secretário-geral da ONU e pediu calma aos guineenses, assegurando que a situação está controlada.“Peço à população para estar serena”, disse.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e por Portugal.