Noemie Freire, de 30 anos, é a primeira mulher submarinista a receber o diploma em Portugal.
Foi na Base Naval do Alfeite, em Almada, que a jovem recebeu o seu diploma e o submarino que irá ser cosido na lapela da farda, tornando-se na primeira mulher a integrar a esquadrilha de um submarino em Portugal. No entanto, Noemie Freire explica que não foi fácil dar este salto na sua carreira, uma vez que caracteriza o passado ano como sendo de «muito estudo, muita dedicação, muito empenho» e com «poucas horas de sono». Ainda assim, a jovem confessou aos jornalistas que se sente «bastante satisfeita com o seu sucesso».
O gosto pela profissão teve início há cerca de dois anos, quando foi convidada para visitar o submarino NRP Arpão, numa iniciativa da marinha portuguesa que visava incentivar mais mulheres a ingressar na carreira de submarinista. Segundo Noemie, terá sido nesse momento que a sua curiosidade «despertou» e que decidiu inscrever-se no concurso quando este abriu.
Gouveia e Melo, vice-almirante da Marinha Portuguesa, explica que o fato de Noemie Freire ser a primeira submarinista portuguesa não revela a existência de qualquer tipo de discriminação, acrescentando que considera «uma mais valia» ter mais militares disponíveis no universo, dado que «nem sempre há voluntários».
O vice-almirante admite que as mulheres «dão um toque diferente às guarnições», destacando que possuem uma sensibilidade mais apurada do que os homens. Por fim, Gouveia e Melo admite que com este feito de Noemie Freire rompe-se mais uma barreira na Marinha.
Desde 2012 que a Marinha Portuguesa já dispõe de submarinos com condições logísticas e de habitabilidade que permitem responder aos requisitos de privacidade de homens ou mulheres, mas foi apenas o ano passado que o ramo decidiu incentivar as militares a concorrer à especialidade.
