A viagem está a ser preparada de forma intensa pelos canais diplomáticos de ambos os lados. Como é tradicional nestes casos, até porque em Portugal a política externa tem dupla competência, confirma-se igualmente o envolvimento direto da Presidência da República nesta visita, o que quer dizer que Ho Iat Seng será também recebido por Marcelo Rebelo de Sousa.
Esta é a primeira deslocação oficial de Ho Iat Seng fora da China, razão pela qual a escolha de Portugal está a ser vista como um sinal político relevante numa altura em que as circunstâncias da crise pandémica paralisaram os contactos políticos no exterior, mas também alguma desconfiança por parte da comunidade portuguesa residente em Macau sobre o seu futuro, bem como o papel que podem representar no desenho civilizacional de uma autonomia formal, sendo ela cada vez mais focada na sua integração regional.
Fontes oficiais recusam ainda comentar esta deslocação, mas a revista Comunidades pode adiantar que Ho Iat Seng traz como ponto focal da sua agenda “a importância da língua e da cultura portuguesa como fator diferenciador e uma vantagem competitiva de Macau em relação a outras regiões da China”. Uma missão com significado especial, no contexto do êxodo da comunidade portuguesa, durante a crise pandémica.
