Portugal tem perto de um terço da sua população a residir fora do seu território. Os nossos 5 milhões de portugueses no estrangeiro proporcionam um potencial tremendo e crucial para a afirmação internacional de Portugal. A valorização da dimensão, da dispersão, do enraizamento, da afinidade a Portugal tem merecido da minha parte particular atenção. Porque ao valorizar as nossas comunidades, ao reforçar os seus vínculos estamos a afirmar a Portugalidade, a reforçar o orgulho e a contribuir para um Portugal ainda maior.
Os ENCONTROS PNAID espelham o compromisso do governo com os cidadãos que residem no estrangeiro e, desde logo, dar voz a estes investidores, gente extraordinária com visão e capacidade de empreender. Sair do seu país implica coragem, ambição e resiliência. E essas são características intrínsecas das comunidades portuguesas espalhadas por esse mundo fora, às quais eu junto duas outras que tenho sentido nos meus mais diversos contactos com as comunidades nas diferentes latitudes: o otimismo e o orgulho.
Talvez seja precisamente por isso que encontramos tantos empreendedores na nossa diáspora. Porque para empreender é necessário ter coragem e ambição. Mas também é preciso ser otimista e acreditar. E a nossa diáspora é otimista, acredita e junta a tal o engenho, a capacidade de adaptação e trabalho para vingar nas mais diferentes áreas, nas mais diferentes culturas, nos mais diferentes países e em face dos mais diferentes obstáculos e dificuldades.
Se conseguirmos canalizar esse empreendedorismo, essa inspiração, para Portugal e, de preferência, para territórios que habitualmente não são centralidades, mas são centrais no desenvolvimento do país, teremos um enorme ganho. Esta é a principal finalidade do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID).
O que pretendemos com estes Encontros é reforçar a ligação à diáspora e aproximar a diáspora ao país mesmo porque muitos destes empresários, destes empreendedores, saíram de Portugal, mas Portugal nunca saiu deles. Temos o dever de potenciar este valor acrescentado, potenciar este afeto que tem um valor económico, um contributo para o desenvolvimento do país. Cada português pelo mundo é um embaixador de Portugal, é um promotor do país e dos seus produtos.
Ao aproximar estes investidores, estes cidadãos, de Portugal e valorizá-los, os Encontros PNAID são uma oportunidade de encontro, oportunidade de negócio numa rede de centenas de pessoas que em Fátima vão estar juntas, mas também são uma montra. São uma oportunidade para mostra o grande país que nós somos. E que vai muito além do território continental e regiões autónomas. Vai até onde houver um português a residir e a empreender. Este é um dos aspetos mais interessantes destes encontros.
Estes encontros de investidores realizados no quadro do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora são o catalisador para a concretização de todo um potencial deste ativo estratégico que é a diáspora para Portugal. Tem a capacidade de acelerar a atração de investimento da (e através da) diáspora, criar riqueza, fomentar o emprego; promover as exportações e a internacionalização da economia não esquecendo o setor prioritário que é o turismo; promover a coesão, a viabilidade e sustentabilidade dos territórios para um desenvolvimento integrado do país.
O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora encontra-se com um grau de execução elevado. Temos já 240 Estatutos de Investidor da Diáspora emitidos, medida essencial para usufruir de programas de apoio adequados e majorados. Temos 202 Gabinetes de Apoio aos Emigrantes instituídos. Realizámos este ano o primeiro Fórum dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes e ao Investimento da Diáspora onde lançámos a Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora (RAID) mobilizando mais de 300 entidades disponíveis para acolher, facilitar e acompanhar os investidores neste seu empreendimento. Todo este trabalho já está a “dar frutos”. Temos já 118 projetos em acompanhamento num valor potencial superior a 110 milhões de euros em investimento sobretudo no interior do país.
Os Encontros PNAID 2022 têm tudo para serem um marco evolutivo na valorização das nossas comunidades, na aceleração do investimento da, e através da, diáspora, na potenciação das redes da diáspora na promoção das exportações e internacionalização da economia portuguesa. Mas, mais importante de tudo, temos pessoas e ideias. E estes são os ingredientes fundamentais para a evolução de uma sociedade.