O deputado do PS eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, acusou esta segunda-feira o Chega de recusar a CPLP, o multilateralismo, o multiculturalismo, e a liberdade de circulação, “vetores fundamentais da política externa portuguesa”.
Na sua intervenção, à margem da Audição do Ministro dos Negócios Estrangeiros, relativamente ao Orçamento de Estado para a área dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Pisco questionou o Governo sobre a importância dos empresários portugueses das comunidades e dos quadros de empresas no estrangeiro para a internacionalização da economia e a atração de investimento, observações que “têm a ver com a defesa intransigente do multilateralismo, multiculturalismo, com a CPLP, com a emigração e com a abertura de fronteiras, ao contrário do que afirmou o Chega”.
Na sessão, André Ventura considerou o acordo de mobilidade da CPLP “o maior risco ao equilíbrio geopolítico português dos últimos 40 anos”, questionando ainda o seu papel no favorecimento do investimento direto estrageiro de países como a Guiné Equatorial, a Guiné-Bissau ou Moçambique, afirmando que a política de manutenção do espaço Schengen, “de portas totalmente abertas e sem qualquer controlo” destrói o equilíbrio demográfico, social e económico do país, traduzindo-se numa destruição demográfica e de identidade”.
Pisco afirmou que o Chega “nega a nossa história, recusa a CPLP, recusa o multilateralismo, multiculturalismo e a liberdade de circulação, vetores fundamentais da política externa portuguesa”.
“O Chega vem aqui falar da destruição da identidade que é o mesmo que, de uma forma encapotada, manifestar toda a xenofobia e o racismo de que a sociedade portuguesa não precisa de todo. Queria aqui referir isto para afirmar aquilo que são os valores essenciais da nossa política externa”, frisou.