No encontro de Verão das comunidades portuguesas do PSD, que decorreu ontem em Ourém, o partido social-democrata realçou a necessidade de reforçar o “trabalho de campo lá fora” para incentivar a uma maior consciência e envolvimento político dos portugueses a residir no estrangeiro.
Militantes e representantes do PSD das comunidades portuguesas no estrangeiro estiveram ontem reunidos na Escola Profissional de Ourém para escrutinar aquilo que consideram ser “prioritário” para uma “reaproximação dos portugueses a residir no estrangeiro com Portugal”.
Em declarações à Revista Comunidades, o presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou que “é objetivo do partido empenhar-se na recuperação da confiança e ligação com todos os eleitores portugueses”, bem como ir ao encontro daquilo que considera ser uma “falta de ligação e afinidade com os eleitores, que se tem traduzido em alguns desastres eleitorais”.
“Para desenhar uma política global para as comunidades portuguesas, precisamos de ter um conhecimento próximo daquilo que são as principais preocupações, anseios e dificuldades, que se sentem em cada uma das geografias”, disse.
“Iremos apresentar um plano apelativo, alternativo (ao do Governo), que mobilize todos os eleitores, não só em Portugal, mas também junto daqueles a residir no estrangeiro”, referiu.
No encontro, o líder do partido social-democrata salientou a necessidade de implementação de políticas públicas que facilitem e “desburocratizem” o acesso a serviços básicos, nomeadamente ao nível da rede consular, que necessita urgentemente “de uma agilização dos serviços prestados, “para que se resolvam questões graves como a incapacidade de resposta dos consulados perante a realidade da emigração”.
Montenegro destacou ainda que é objetivo do partido aproveitar “todo o potencial que a diáspora oferece do ponto de vista da manutenção e preservação da língua, da manutenção do ensino de português, da afinidade económica que também se pode gerar numa dupla via, podendo captar investimento no nosso país, por um lado e podendo abrir horizontes de mercado das nossas empresas por outro”.
Questionado pela Comunidades sobre as consequências da diminuição da representatividade do partido nos círculos da emigração, com a perda de um deputado na sequência da repetição da votação na Europa nas legislativas de 30 de janeiro, o político destacou o papel “fundamental” de José Cesário e Carlos Gonçalves neste “regresso” e “voltar a acreditar do PSD” na aproximação às comunidades.
José Cesário (reeleito coordenador do secretariado nacional do PSD para as comunidades) e Carlos Gonçalves, que assumiu igualmente funções no partido na mesma área, “dão a garantia de poder fazer esse trabalho, chamando para junto de si muitos elementos da nossa diáspora, alguns dos quais sem sequer estarem ligados ao PSD”, disse Luís Montenegro.
“Não estamos a pensar apenas na representatividade parlamentar. Se estivéssemos a pensar nisso não iriamos despender de tantas energias. Queremos demonstrar, junto das pessoas, que somos capazes de protagonizar essa importância e isso naturalmente com o desejo de que podemos recuperar a nossa representatividade partidária”, rematou.
O líder do partido social-democrata afirmou que o partido ptetende promover mais encontros como este para “criar esta relação, tornar a dinamizar as estruturas, recrutar mais pessoas, e temos por isso que exortar as pessoas que temos nas nossas fileiras que possam escolher bons dirigentes, bons representantes e que possam estar em contacto com as comunidades”.
Na reunião de ontem, que juntou cerca de uma centena de militantes e representantes do PSD em várias comunidades espahadas pelo mundo, foram muitas as “falhas” apontadas à estrutura do partido, que têm impedido “uma dinamização da consciência e participação cívica junto dos emigrantes e jovens”, entre elas o sitema de pagamento de cotas, a burocracia e a atual sitação da rede consular.
José Cesário recordou que “as grandes conquistas para as comunidades portuguesas em matéria de direitos fundamentais, acesso à nacionalidade, direitos eleitorais, e todas as questões essenciais para as comunidades, se devem, todas elas, ao PSD”.
“Isto nós não alienamos, não esquecemos. Foi uma manhã de trabalho, seguem-se agora muitas reuniões no terreno, é este trabalho que vamos dar continuidade”, garantiu o coordenador.
Veja as imagens do encontro na galeria: