O escritor brasileiro Rafael Gallo é o vencedor da 12ª edição do Prémio José Saramago. Foi distinguido pela obra “Dor fantasma”, a ser publicada em Portugal pela Porto Editora e no Brasil pela Globo Livros, e que será distribuída em todos os países da lusofonia.
Bruno Vieira Amaral, escritor distinguido com o Prémio Literário José Saramago em 2015, foi o elemento do júri destacado para fazer o elogio da obra vencedora e enalteceu a qualidade de escrita do vencedor.
“É mão cirúrgica, aplicando incisões seguras e sábias, é mão de pintor, na pincelada criativa e intencional, é mão de maestro segurando a batuta e guiando a orquestra num crescendo de som e fúria que culmina no magistral desenlace do romance”, considerou.
Como obra vencedora, “Dor Fantasma” será comercializada em todos os países em que se fala português e o autor receberá um prémio no valor pecuniário de 40 mil euros.
No seu discurso de agradecimento, Rafael Gallo disse que é sempre no papel de leitor que procura coloca-se quando precisa de pensar sobre “alguma questão séria acerca da literatura”. “Um leitor que calha de escrever, mas cuja relação primordial com os livros é da leitura”, explicou à plateia.
“Esse prémio, José Saramago, para mim é uma questão seríssima acerca da literatura, então vou apelar a esse meu lado leitor. Há alguns anos, fiz uma lista com os meus dez livros preferidos na vida”, contou.
“Desses, três foram vencedores desse mesmo prémio. Um deles foi escrito por um dos autores que venceu posteriormente”, o “grande José Saramago”.
Numa nota biográfica, Rafael Gallo conta que em 2015 tinha concorrido ao Prémio José Saramago e não venceu. “Não publiquei outro livro desde então. Tinha um romance inédito, ‘Dor Fantasma’, e 40 anos de idade quando foi publicado o edital mais recente do Prémio José Saramago. Havia nele duas mudanças fundamentais: seriam contemplados romances inéditos e a idade limite passava a ser de 40 anos”, quando até então era de 35.
“O grande sonho se refazia para mim”, escreve o autor.