Carlos III de Inglaterra ascendeu ao trono depois da morte da mãe, a rainha Isabel II, no passado dia 8 de setembro, mas a sua coroação realiza-se a 6 de maio de 2023. O monarca, que completa 74 anos a 14 de novembro, e que é o rei mais velho a iniciar um reinado, tem “aversão instintiva à pompa em circunstâncias de crise”.
Assim, como os cidadãos britânicos enfrentam um aumento do custo de vida e a coroação será paga pelo governo, Carlos quer uma cerimónia “mais curta e mais simples” do que a extravagância de três horas que durou a de Isabel II, em 1953, na Abadia de Westminster e custou na época 1,57 milhões de libras, o equivalente hoje a 52,4 milhões de euros.
O rei pretende que o evento seja mais abreviado e menos dispendioso, de modo a refletir uma monarquia moderna, mas conservando um pouco da majestosidade típica da realeza britânica – a carruagem dourada de 1762, que foi restaurada para o Jubileu de Platina de Isabel II, voltará a ser utilizada na coroação de Carlos.
Já a lista de convidados vai ser provavelmente reduzida de oito mil para dois mil, o dress code também deverá ser mais descontraído e alguns rituais tradicionais, como presentear o monarca com lingotes de ouro, serão eliminados para poupar tempo. A cerimónia será mais religiosa e culturalmente diversa e Carlos não mudará de roupa durante o evento, como fez a mãe.
Segundo fontes da Casa Real, espera-se que o ato, que será igualmente na Abadia de Westminster – que tem sido o cenário das coroações britânicas nos últimos 900 anos – não dure mais de uma hora e até as cadeiras de veludo feitas para a coroação de Isabel II serão substituídas por bancos corridos para criar um ambiente mais adequado aos tempos que vivemos.
Carlos tinha apenas 4 anos quando a mãe se tornou rainha, e só observou de longe. Já a monarca tinha 11, na época da coroação do pai. Nenhum dos dois teve um papel formal, mas o príncipe de Gales, William, de 40, terá uma presença muito mais destacada, sendo a primeira vez que o filho de um monarca participa numa coroação.
O período de luto pela morte da rainha termina esta semana e logo a seguir entrará em marcha o planeamento da Operação Global Orb, que consiste nos preparativos da coroação de Carlos III e de Camilla, que se torna a primeira consorte a ser coroada desde a rainha-mãe, em 1937, e a coroa de platina da avó de Carlos – decorada com 2.800 diamantes, incluindo o Koh-i-Noor de 105 quilates – será colocada na sua cabeça. Os assistentes apresentarão ao rei uma série de opções para os detalhes do evento, que inclui que o dia seja feriado nacional.
O monarca fará o juramento da coroação, será ungido com óleo consagrado, receberá o orbe e os cetros, e o arcebispo de Canterbury colocará a brilhante coroa de São Eduardo na sua cabeça. Depois, espera-se que apareça na varanda do Palácio de Buckingham, ao lado da rainha consorte Camilla e dos príncipes de Gales e dos três filhos.