Para a realização das obras de ampliação da fábrica 2 é necessário criar um novo plano pormenor, para desafetar áreas de Reserva Ecológica e Reserva Agrícola Nacional, que foi agora aprovado em Assembleia Municipal.
A assembleia municipal de Torres Novas aprovou por maioria, com abstenção da CDU e do BE, na sessão de 11 de maio, o novo plano pormenor da Renova. Face às críticas da oposição do BE, o vice-presidente Luís Silva (PS), responsável do Urbanismo, lembrou que a Renova está a investir 70 milhões de euros na sua fábrica em Torres Novas e que “este investimento deve orgulhar os torrejanos”.
O único elemento da assembleia a intervir foi o deputado Alves Vieira (BE), que lembrou que este projeto conta já com seis anos, e tem por objetivo central permitir a ampliação da fábrica 2 da Renova, instalada na Zibreira. Era necessário, adiantou, desafetar áreas de Reserva Ecológica e Reserva Agrícola Nacional.
O deputado alertou, porém, que a Declaração de Impacto Ambiental para o projeto já caducou a 10 dezembro de 2019. Expirado também, há cerca de cinco anos, estará um contrato de planeamento, referiu. “Do ponto de vista técnico (…) estamos perante duas inconformidades formais”, frisou.
Alves Vieira alertou ainda para a necessidade de lançar medidas mitigadoras do ruído rodoviário da zona da fábrica, onde a Câmara vai investir para requalificar a estrada. O BE entende por isso que esses investimentos deviam ser imputados à Renova.
Em resposta, o presidente Pedro Ferreira (PS) explicou que a relevância da fábrica da Renova no concelho justifica este esforço do município, nomeadamente na intervenção na estrada. Também Luís Silva interveio, frisando um projeto de “impacto nacional”, que envolveu várias entidades. Todas as questões levantadas por Alves Vieira foram discutidas e estão salvaguardadas, garantiu.
Luís Silva adiantou ainda que a Renova está a concretizar investimentos no valor de 70 milhões de euros, 35 milhões dos quais já foram investidos numa máquina nova. O restante, adiantou, vai ser canalizado, mediante aprovação do Plano Pormenor, para uma nova loja online, uma outra unidade transformadora de papel (para secagem e valorização de lamas de reciclagem), uma central fotovoltaica e um novo armazém.
Isto “deve orgulhar os torrejanos”, refletiu, respondendo assim às críticas levantadas.
O BE e a CDU abstiveram-se na votação. Alves Vieira tornou a intervir, referindo que só apontou as irregularidades. Considerou ainda que não se revia na estratégia nem na lógica do executivo, uma vez que o concelho já dá muito, inclusive recursos naturais, à empresa.