Numa declaração enviada hoje à comunicação social, Bahnini salientou que na reunião, sob o lema “Marrocos e Portugal: Confirmação de Uma Parceria Estratégica Exemplar”, será anunciada uma parceria estratégica, salientando a vontade de avançar as relações para um nível superior, tanto mais que Rabat estará representado pelo primeiro-ministro Aziz Akhennouch, que manterá reuniões de trabalho com o homólogo português, António Costa.
A ideia, acrescentou, é permitir o lançamento de vários projetos estruturantes, nomeadamente os dois de interligação elétrica e linha marítima, ligando os portos de Portimão (sul de Portugal) e Tânger (norte de Marrocos).
O diplomata marroquino indicou que Marrocos atribui “a maior importância” a esta parceria, que traduz as excelentes e exemplares relações entre os dois países, e concretiza a visão do rei Mohammed VI de colocar Portugal entre os dez primeiros países económicos e comerciais parceiros de Marrocos.
“O Reino [de Marrocos] tem uma vontade firme e forte de aprofundar as relações com Portugal, a ponto de o tornar numa referência estratégica”, sublinhou.
Bahnini acrescentou que Marrocos e Portugal têm um “enorme potencial e complementaridade económica”, que devem ser explorados de forma mutuamente vantajosa, nomeadamente nos setores automóvel, energias renováveis e têxtil.
Nesse sentido, o diplomata marroquino considerou ser necessário “aproveitar ao máximo as potencialidades comuns” e as “vertentes de integração económica mútua”, bem como aproveitar as oportunidades de crescimento nesta região do Mediterrâneo.
No mesmo contexto, o embaixador destacou o dinamismo das trocas económicas entre Portugal e Marrocos e indicou que “os dois países são chamados a tirar partido da sua complementaridade económica”, sublinhando que as exportações marroquinas para Portugal aumentaram 20 por cento e as importações 30%.
O embaixador revelou ainda que Marrocos se tornou o primeiro parceiro comercial de Portugal no mundo árabe e em África e o segundo no mundo, fora da União Europeia UE), depois dos Estados Unidos.
Segundo Bahnini, a parceria estratégica foi já reforçada em novembro de 2021 com a constituição do Conselho Económico Luso-Marroquino, copresidido por Karim Amour e Armindo Monteiro, atual presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), afirmando que a missão do Conselho é desenvolver um roteiro para desenvolver as relações económicas entre os dois países, estimular o investimento mútuo e a parceria e promover o comércio.
O diplomata marroquino lembrou também que, à margem do encontro de alto nível, vai decorrer o fórum económico marroquino-português, que contará com a participação de cerca de 60 operadores económicos marroquinos representantes de diversos setores, como o automóvel, plásticos, digital e desenvolvimento sustentável.
Adiantou ainda que este fórum económico, que decorre sob o lema “Marrocos e Portugal: Juntos Para Construir Economias Prósperas e Crescimento Comum”, vai incluir encontros de negócios com o objetivo de discutir oportunidades de cooperação e investimento nos dois países.
Para refletir a profundidade das relações entre os dois países, Bahnini indicou que Marrocos e Portugal celebram em 2024 o 250.º aniversário da assinatura do Tratado de Paz entre os dois países (1774), considerado hoje para os dois países como um dos mais antigos acordos bilaterais assinados com um país terceiro.
Recordou ainda a assinatura do Acordo de Boa Vizinhança e Amizade e Cooperação em 1994, ponto de partida para que os dois países tenham realizado já 13 reuniões de alto nível.
A nível cultural, o diplomata marroquino referiu que 2023 vai ser marcado pela organização de dois importantes eventos por parte do Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) português, em parceria com a Fundação dos Museus do Reino de Marrocos
Segundo Bahnini, trata-se de duas exposições, uma associada a uma exposição retrospetiva de artes plásticas, organizada no MNAC, e outra ligada uma mostra promovida em homenagem às obras da artista plástica portuguesa Maria Helena Vieira da Silva.
O embaixador sublinhou ainda a importância que atualmente representa a candidatura conjunta Marrocos-Portugal-Espanha para a organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2030, considerando que será um “catalisador” para a criação de uma visão comum “com elevado impacto no crescimento económico dos três países e a realização de ganhos comuns entre eles”.
