O festival de música que se realiza de dois em dois anos em Lisboa, mais concretamente, no Parque da Bela Vista, pode mudar de local e aproveitar o terreno principal onde se vai realizar a Jornada Mundial da Juventude, em agosto deste ano, no Parque Tejo.
A Câmara Municipal de Lisboa e a organização do evento estão em contactos informais para esta possível mudança, segundo noticiou a rádio Renascença. A alteração do local pode traduzir-se num aumento considerável da lotação do festival, que poderá mesmo duplicar.
O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, justificou, em conferência de imprensa, o investimento no altar-palco da Jornada Mundial da Juventude com o “aproveitamento futuro para a cidade“, revelando que promotores de grandes eventos internacionais musicais e culturais já mostraram vontade de usar este equipamento. Sem avançar, no entanto, quais.
Altar-palco irá custar 2,9 milhões depois de corte de 30%
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa anunciou em conferência de imprensa, que o custo do altar-palco da Jornada Mundial da Juventude 2023 (JMJ 2023) passará para 2,9 milhões. A infraestrutura será, por isso, reduzida em altura, bem como a área que ocupará no Parque Tejo. Mantém-se a construção do palco no Parque Eduardo VII, agora no valor de 450 mil euros, um encargo assumido pela Igreja.
Deste valor fica fora o acréscimo do IVA, somando-se ainda 1,06 milhões de euros para os ensaios e fundações que garantem a segurança do palco que ficará localizado ao pé do rio, sublinhou Moedas.
O investimento no Parque Tejo ficará, assim, nos 20 milhões de euros, o necessário para “um evento digno”, defendeu o presidente da Câmara, numa conferência de imprensa conjunta com a fundação da jornada.
O autarca de Lisboa justificou o corte com a redução da altura do palco que passará de nove para quatro metros. “É como se retirássemos todo um andar”, apontou Moedas, explicando que esta redução irá significar que 30 mil pessoas que estejam no evento tenham uma visibilidade reduzida das cerimónias que irão decorrer no palco. Além disso, o número de pessoas em cima do palco passa de duas mil para 1240. Já a área de implantação do palco passará de cinco mil para 3250 metros quadrados.
Em termos de custos para a autarquia, o orçamento tem um teto de 35 milhões, dos quais 10 milhões serão alocados diretamente para o evento e 25 destinam-se em investimento em Lisboa, um gesto que Moedas garante que “vai ficar para a cidade”.
Estima-se que a organização da JMJ custe mais de 160 milhões de euros ao Governo, Igreja Católica e câmaras de Lisboa e Loures. Ainda não são conhecidos os gastos dos encargos sob a alçada do município de Oeiras.
A JMJ 2023 irá decorrer, em Lisboa, de 1 a 6 de agosto, e espera-se que receba 1,5 milhões de jovens de todo o Mundo.