Para além de contribuírem para a gastronomia, as lotas de Portugal também enriquecem a língua portuguesa.
A expressão “carapau de corrida” é conhecida da generalidade dos portugueses, mesmo daqueles que partiram há várias décadas para destinos distantes, mas mais difícil é que saibam a sua origem, até porque a própria é incerta. Mas apesar de não haver documentação que o comprove, o mais provável é que tenha partido das lotas.
Mesmo sendo um peixe que é rápido, o carapau acaba apanhado nas redes de pesca, chegando assim às vendedoras. Estas encontraram assim um excelente exemplo para evidenciar que mesmo os melhores, ou os que se acham melhores, podem acabar por ser apanhados ou desmascarados. Atualmente é mesmo este o significado da expressão.
Outra versão alega que o “carapau de corrida” pode ter surgido nos leilões invertidos, também praticados nas lotas. O peixe de maior qualidade era vendido em primeiro lugar e para o fim ficavam os peixes menos valorizados. Conta-se que as peixeiras que compravam esse peixe de fim da lota, iam a correr até à vila, para tentarem chegar ao mesmo tempo que as primeiras peixeiras e assim enganar os clientes, vendendo o peixe ao mesmo preço que as outras. Só que alguns fregueses percebiam que aquele era… “carapau de corrida”, um peixe de menor qualidade.
































