Tecnologia, saúde e sustentabilidade ambiental são algumas das áreas que podem ser apostas de empresas portuguesas na área da Grande Baía, no sudeste da China, defenderam participantes numa conferência em Macau.
A delegada da Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Carolina Lousinha, sublinhou que “os resultados demoram a aparecer” e exigem capacidade financeira, num mercado altamente competitivo e protecionista.
Para o presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) do grupo Caixa Geral de Depósitos, Carlos Cid Alvares, é fundamental que o Governo português apresente várias medidas de apoio às empresas portuguesas, de modo a permitir que se possam implantar na área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
A economia desta área cresceu 8% no ano passado e representa um produto interno bruto (PIB) 7,5 vezes superior ao português.
Sobre as áreas de negócio, os responsáveis da AICEP e do BNU destacaram inovação tecnológica, inteligência artificial, comércio eletrónico e saúde, bem como indústrias verdes e inovação em sustentabilidade ambiental, áreas também em destaque em Portugal, lembrou Carolina Lousinha.
Responsável por operacionalizar a internacionalização das empresas portuguesas, a AICEP abriu, em 2019, uma delegação em Cantão, reforçando a presença na China, o que demonstra a atenção e o interesse do Governo português no país, salientou.
Na conferência “Presença empresarial portuguesa na Grande Baía: perspetivas de empreendedores e investidores”, organizada pela Fundação Rui Cunha em parceria com a Associação de Cooperação e Desenvolvimento Portugal-Grande Baía, foram ainda destacadas a necessidade de planeamento jurídico e fiscal e uma estratégia de marketing antes de entrar no mercado chinês.
“A informação é essencial”, em relação às cidades e oportunidades concretas de investimento na Grande Baía, e em termos de legislação e de áreas de mercado com potencial para investimento estrangeiro, resumiu o economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, José Luís Sales Marques.
A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), com cerca de 70 milhões de habitantes e um PIB de cerca de 1,2 biliões de euros, semelhante ao da Austrália, da Indonésia e do México, países que integram o G20.