Há luso-ucranianos que não podem sair por causa da lei marcial. Se tiverem entre 18 e 60 anos podem ser chamados para combater os russos. Há portugueses a pedir ajuda para deixar o país e outros que estão já na Roménia e Moldávia e vão ser repatriados.
Cerca de 50 portugueses saíram da Ucrânia nas últimas horas nas missões organizadas pela embaixada portuguesa em Kiev e serão repatriados nas próximas horas para Portugal, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Contudo, há ainda outros 40 cidadãos lusos que se encontram retidos no país em guerra, e que querem sair, precisou o governante.
Os que já conseguiram deixar a Ucrânia, “exatamente são 48, já estão fora do território ucraniano e concentrar-se-ão na Roménia”, disse o ministro precisando que 35 já estão em território romeno e 13 na Moldova, dado que foram organizadas duas viagens separadas.
Segundo Augusto Santos Silva, “a partir do momento em que estejam concentrados e formem um único grupo”, na Roménia, será assegurado “o repatriamento por via aérea”.
No entanto, ainda há 40 portugueses na Ucrânia que querem sair do país, dos quais 15 já pediram ajuda às autoridades portuguesas.
“Nós temos a indicação de que cerca de 40 querem sair, e desses, dezena e meia pediram-nos apoio para essa saída, e nós estamos a organizar esse apoio”, precisou o chefe da diplomacia portuguesa.
O ministro referiu ainda que as autoridades mantêm, “naturalmente, o contacto com todos os cidadãos portugueses e luso-ucranianos que ainda se encontram na Ucrânia”.
Luso-ucranianos podem ser chamados a combater
“A maior parte deles, à data de sexta-feira, continuam a dizer que pretendem ficar na Ucrânia, visto que também são cidadãos ucranianos”, e dada lei marcial do país, que proíbe a saída de homens entre os 18 e os 60 anos, poderão ser chamados a combater.
Em relação aos 15 que pediram ajuda à embaixada portuguesa em Kiev, Augusto Santos Silva disse que para organização da saída, Portugal está a “a trabalhar com países amigos que ainda têm embaixada aberta em Kiev”, tal como Portugal, e “no âmbito da União Europeia”.
O ministro declarou que as pessoas que querem sair da Ucrânia “devem acompanhar ao minuto as indicações de segurança que vão sendo atualizadas no portal das comunidades e na página da embaixada portuguesa em Kiev” – clique aqui para ver.
“A situação na cidade está muito difícil, e nós temos que ver, em cada momento, se é mais seguro, se as pessoas ficam mais protegidas, ficando na cidade ou se têm condições para sair”, explicou Augusto Santos Silva. Como atualmente há combates em Kiev, “pode ser mais seguro estar em Kiev e não tentar sair do que o contrário”, acrescentou.
Quanto aos luso-ucranianos que podem sair do país, o ministro recomendou que “continuem a responder aos contactos da embaixada e do gabinete de crise” instalado em Lisboa, e que acompanhem “ao minuto a página da embaixada em Kiev, e o portal das comunidades do MNE”.
Já relativamente aos cidadãos que, individualmente, se dirijam para a fronteira ucraniana com a Polónia, Augusto Santos Silva também pediu que “nunca percam o contacto” com as autoridades portuguesas e que respondam aos emails e telefonemas.
“A embaixada de Portugal em Varsóvia apoiará esses nossos concidadãos uma vez que estejam em território polaco, e, portanto, devem também contactar a embaixada em Varsóvia logo que se se encontrem em território polaco, ou então contactar para Lisboa que nós fazemos a distribuição”, referiu.