Durante o antigo regime até era proibido cantarolar ou assobiar e a antiga Emissora Nacional calava-se todo dia na Sexta-feira Santa.
A Sexta-feira Santa recorda o momento simbólico da crucificação de Jesus Cristo e sua morte no Calvário. Neste dia, a Igreja Católica, impõe ainda aos fiéis o dever de jejuar e fazer a abstinência de carnes, mas há regras que se perderam com o tempo.
O rigor deste dia de silêncio em meditação manifestava-se no antigo regime através proibição de cantarolar ou assobiar. E até a antiga Emissora Nacional se calava todo dia para adensar a tristeza do dia e impor silêncio, num país maioritariamente católico.
A cor roxa da liturgia e as imagens dos santos tapadas com panos negros dançavam o luto que caía entre os fiéis em memória da morte de Jesus Cristo, que terá ocorrido no ano 33 da era cristã, a mando do Império Romano.
Esta Páscoa, foram permitidas missas com presença dos fiéis, mas os bispos apelaram aos sacerdotes que sejam evitadas as tradicionais procissões, visitas pascais e a saída simbólica de cruzes.
Não serão, por isso, cumpridas tradições como a procissão dos Passos, a procissão da Burrinha, dos Farricocos, do Ecce Homo e do Enterro do Senhor.
Outras manifestações populares como os cantos ancestrais da Paixão, que ainda resistem como costumes do sagrado pelas Terras das Beiras, como Belmonte, Covilhã, Fundão, Guarda, Sabugal, Idanha-a-Nova e Monsanto ficam por cumprir, assim como o ritual dos “lava-pés”, um dos mais simbólicos desta Semana Santa, rigorosamente impedido pela pandemia.