O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou o cancelamento da sua visita a Nova York, que estava prevista para esta semana e também o primeiro-ministro, António Costa, cancelou a sua deslocação a Moçambique entre hoje e amanhã, devido “às previsões meteorológicas que indicam um agravamento muito sério do risco de incêndio rural nos próximos dias”.
Marcelo Rebelo de Sousa cancelou a deslocação a Nova Iorque, entre esta segunda e quinta-feira, onde deveria intervir numa reunião especial do Conselho Económico e Social da ONU, “devido ao muito elevado risco de incêndios florestais”, lê-se numa nota publicada na página da Internet da Presidência da República.
Também António Costa, que tinha programada uma visita a Moçambique entre esta segunda (11) e terça-feira (12), cancelou a viagem “de modo a estar permanentemente disponível no país face às previsões meteorológicas que indicam um agravamento muito sério do risco de incêndio rural nos próximos dias, especialmente entre domingo e quarta-feira”, indicou o gabinete de António Costa.
Segundo a fonte do Governo, o primeiro-Ministro “contactou telefonicamente o Presidente [de Moçambique] Filipe Nyusi para dar pessoalmente uma explicação sobre a situação”.
“Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países agendarão nova data com a maior brevidade possível”, é ainda indicado.
António Costa tinha previsto partir no domingo para Maputo, onde, esta segunda-feira, iria participar na V Cimeira Luso-Moçambicana, que deveria consolidar e desenvolver o programa estratégico de cooperação com a assinatura de um amplo conjunto de acordos bilaterais.
Segundo o programa provisório da visita, Costa iria ter uma reunião a sós com Filipe Nyusi pouco depois de chegar a Maputo, seguindo-se uma reunião alargada entre as delegações dos dois executivos, a cerimónia de assinatura dos acordos em questão e uma conferência de imprensa.
No âmbito da V Cimeira Luso-Moçambicana, previa-se que, durante esta viagem, fossem assinados vários instrumentos bilaterais de cooperação na agricultura, educação, turismo e ao nível técnico-policial.
Seriam ainda assinados memorandos tendo em vista a melhoria da capacitação ao nível da administração pública, prevendo-se designadamente uma mais estreita colaboração entre as inspeções-gerais de finanças de Moçambique e de Portugal, mas também a concretização de instrumentos de cooperação na área da saúde, em particular na telemedicina, com um protocolo entre o Hospital de Maputo e os Hospitais da Universidade de Coimbra.
O Governo decidiu este domingo declarar a situação de contingência entre segunda e sexta-feira, permitindo que a Proteção Civil mobilize “todos os meios de que o país dispõe” para combater os incêndios, anunciou o ministro da Administração Interna.
“Os ministros da Administração Interna, Defesa Nacional, Ambiente e Alterações Climáticas, Agricultura e Alimentação e da Saúde decidiram avançar com a declaração da situação de contingência, que vigorará entre os dias 11 e 15 de julho […]. Isto significa que temos condições de cariz preventivo para podermos ativar automaticamente e preventivamente todos os planos de emergência e proteção civil em todos os níveis territoriais”, disse José Luís Carneiro.
Segundo o ministro, que falava numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa), após se reunir com os restantes governantes, por enquanto mantém-se a situação de alerta decretada pelo Governo na quinta-feira, uma vez que as previsões apontam que os piores dias serão segunda, terça e quarta-feira.