Um grupo de apicultores de Vila Verde apanhou um número elevado de vespas velutinas com recurso a armadilhas artesanais, ao longo dos últimos meses, evitando não só a propagação de novos ninhos como também de eventuais ataques a colmeias ou pessoas.
Um deles decidiu juntar várias num aglomerado antes de as ‘deitar às galinhas’, como forma de chamar a atenção para esta praga que tem dizimado colmeias na região.
Passaram dez anos desde que a primeira “asiática”, como é vulgarmente conhecida, foi avistada em Portugal (setembro de 2011), mais concretamente no Minho, em Viana do Castelo, por onde terá entrado via Galiza. As vespas adaptaram-se, foram conquistando território por onde encontravam terreno rural, e já se encontram em grande parte do país.
“Podemos dizer que ao matarmos uma vespa, estamos a matar milhares, porque se eliminarmos uma vespa fundadora, é menos um ninho que vai aparecer”, explica Domingos Costa ao jornal O Minho, apicultor de Aboim da Nóbrega, Vila Verde, revelando a “caçada” de apenas algumas semanas.
“Acabam por entrar em decomposição e não podemos tê-las muito tempo assim, por isso acabo por dar às galinhas que elas comem tudo, senão tinha mais alguns caixotes como este”, afirma.
A acompanhar o estabelecimento da espécie, os apicultores acharam oportuno fazer algo mais para travar grupos que exterminam enxames de abelhas em poucas horas. Daí, para além da eliminação de ninhos, apostaram na prevenção, com a colocação de armadilhas na altura da construção dos vespeiros, quer dos primários (onde uma rainha começa a construir um pequeno enxame), quer dos secundários (que podem comportar dezenas de milhares de soldados).
Os insetos são atraídos por uma mistura – o chamado “atrativo” – acabando aprisionadas dentro de uma garrafa de plástico. Vinho branco, groselha e cerveja preta na primavera e água, açúcar e fermento de padeiro durante o verão e o outono são o chamativo para a espécie invasora. De modo infeliz para a comunidade melífera, nenhuma destas guloseimas supera o apetite das predadoras por abelhas.
Mas nem só com armadilhas se defende os apiários. A imaginação anda à solta quando a ordem é destruir ‘ninhos’, e houve quem utilizasse um drone que transporta uma cana com um pano embebido com inseticida para perfurar as colónias, conforme reportou O Minho a partir de Barcelos.
Outras abordagens mais tradicionais passam pela incineração, que ocorre habitualmente à noite, altura em que é possível encontrar o maior número de vespas no interior do vespeiro. Tem sido a prática mais utilizada pela proteção civil, mas a opção de utilizar inseticida também é recorrente, embora possa ser prejudicial para o ambiente.
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