O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, considera que “há todo o potencial de se conseguir tirar vantagens da diáspora ao serviço de Cabo Verde, algo que hoje se pode fazer de forma rápida por causa das tecnologias”.
Num balanço da visita oficial de quatros dias a Portugal (de 28 a 31 de julho) o chefe de Estado, referiu que “as tecnologias informacionais vieram fazer com que o mundo seja hoje plano, por isso, um profissional em qualquer parte do mundo pode participar para o desenvolvimento de Cabo Verde através da sua área de especialidade. Há enormes corredores para pôr toda a diáspora ao serviço de Cabo Verde”, frisou.
Segundo o Presidente de Cabo Verde, o importante também é garantir uma “forte mobilidade” de pessoas entre a diáspora e as ilhas atlânticas, porque se elas assumirem a sua condição de “transmigrante”, será possível aproveitar para Cabo Verde “todas essas capacidades e competências”.
Para José Maria Neves, atualmente, quando se fala das relações entre os países, é necessário ter em conta os novos atores, como as empresas, as universidades, as fundações, as ONG, as escolas e os municípios, esses últimos, que perceberam que há um “enorme potencial” que agora deve ser posto ao serviço do reforço das relações entre Cabo Verde e Portugal, em várias áreas.
José Maria Neves lembrou que do encontro que manteve com alguns autarcas da Área Metropolitana da Lisboa, com câmaras com geminação em Cabo Verde, descobriu que “há espaços que podem ser preenchidos para se poder ir mais longe, sobretudo disponibilidade para explorar todas as potencialidades existentes”.
“Para além das excelências das relações entre os dois Estados, o que é importante, é que há também outros espaços de cooperação que poderão ser acrescidos e acelerar e desenvolver muito mais esta parceria que já é estratégica entre Cabo Verde e Portugal”, mencionou.
Em relação à crise económica provocada seca, a pandemia da covid-19 e a guerra na Ucrânia, o Presidente da República cabo-verdiano reiterou que a mesma “atinge fortemente” o país, porque é “muito sensível e muito vulnerável” aos choques externos, sublinhando que o momento é “difícil e complexo”, trazendo “desemprego, mais desigualdade e mais pobreza”.
“Neste momento, o país está a tomar um conjunto de medidas para mitigar os efeitos da seca e dos maus anos agrícolas, e está também a fazer de tudo para que o aumento generalizado dos preços não afete tão dramaticamente sobretudo as camadas mais desfavorecidas da sociedade cabo-verdiana. Temos que pensar a médio e longo prazo para diversificar a nossa economia, para garantir a saída da crise e a criação das condições e ritmo de transformação do País no pós-crise”, concluiu.
O encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, a visita à Assembleia da República, o encontro com o presidente do Parlamento português Augusto Santos Silva, a visita a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a visita à Câmara Municipal de Lisboa para receber as “chaves da cidade” por parte do presidente Carlos Moedas e o encontro com comunidades cabo-verdianas em Faro e Loulé, foram alguns dos pontos da agenda do chefe de Estado cabo-verdiano na visita de quatro dias a Portugal.
José Maria Neves esteve em Portugal, entre 28 e 31 de julho, a convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visando o reforço dos laços históricos, políticos, económicos e culturais entre os dois países.
Fonte: Agência noticiosa de Cabo Verde, Inforpress