“O Chega vai viabilizar o governo de direita nos Açores, após ter chegado, em conjunto com o PSD, a pontos de convergência em vários assuntos fundamentais para a Região Autónoma dos Açores e para o país”, anuncia o partido em comunicado.
De acordo com o Chega, o futuro Governo regional açoriano “comprometeu-se a alcançar as metas de redução significativa de subsidiodependência na região e de criação de um gabinete regional de luta contra a corrupção”. Ou seja, o PSD terá chegado a um entendimento com o Chega para reduzir apoios sociais numa das regiões mais pobres de Portugal.
Por outro lado, este futuro executivo comprometeu-se, segundo o Chega a “desencadear, nos termos das suas competências próprias, um projeto de revisão constitucional regional que inclua, entre outros aspetos, a redução do número de deputados na região autónoma dos Açores”.
Já o porta-voz do PAN/Açores, Pedro Neves, reiterou hoje que o partido não viabilizará uma solução governativa na região, que envolva o Chega, dizendo estar disponível para ouvir todos os partidos.
“Se o Chega tiver um acordo com a coligação [PSD/CDS/PPM)], nós dizemos não, porque não vamos obviamente normalizar um partido que não respeita a Constituição portuguesa e não respeita os açorianos quando as negociações estão a ser feitas na Assembleia da República”, avançou em declarações aos jornalistas.
O representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino, começa a ouvir os partidos que elegeram deputados à Assembleia Legislativa açoriana, tendo em vista a indigitação do futuro presidente do Governo Regional.
O PS venceu as eleições legislativas regionais dos Açores, no dia 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo apenas 25 deputados. O PSD foi a segunda força política mais votada, com 21 deputados, seguindo-se o CDS-PP com três, um dos quais em coligação com o PPM.
Chega, BE e PPM elegeram dois deputados e Iniciativa Liberal e PAN um cada. PSD, CDS-PP e PPM, que juntos têm 26 deputados, já anunciaram um acordo de governação, mas necessitam de 29 deputados para alcançar uma maioria absoluta.
A instalação da Assembleia Legislativa está marcada para o dia 16 de novembro. Habitualmente, o Governo Regional toma posse, perante o parlamento, no dia seguinte.