As autoridades estão a investigar a ligação entre o surto em Portugal de Monkeypox (varíola dos macacos) e festas que tiveram lugar nas Canárias.
As autoridades portuguesas acreditam que alguns dos casos de Monkeypox podem estar ligados a festas que ocorreram em abril e maio nas ilhas espanholas, avançou a CNN Portugal.
O relatório refere que houve um caso de um homem que, no dia 20 de abril, apareceu nos serviços de saúde com lesões na pele, mas como na altura ainda não se tinha conhecimento da circulação deste vírus na Europa, o caso não foi avaliado no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, entidade que realiza as análises que permitem ter certeza do agente viral em questão. Na altura, o paciente foi testado várias vezes para doenças sexualmente transmissíveis – e todas deram negativo.
No entanto, as autoridades nacionais de saúde acreditam que este caso pode ter sido o primeiro, ou um dos primeiros, de Monkeypox em Portugal.
No relatório médico, as descrições das lesões e todos os outros sintomas são os mesmos que agora se sabe serem causados pelo vírus Monkeypox. Quando se dirigiu aos serviços médicos, este homem disse que tinha regressado de uma viagem às Canárias, onde tinha participado em algumas festas. Isso pode significar que a doença já estava em Portugal em meados de abril.
Entretanto, há outros relatos que ligam a transmissão da doença a outras festas nas Canárias, nomeadamente o Pride Maspolamas, evento que contou com a presença de 80 mil pessoas e que decorreu entre os dias 5 e 15 de maio.
Em Portugal, já foram confirmados 37 casos de infeção pelo vírus Monkeypox, segundo a última informação divulgada pela DIreção Geral da Saúde (DGS). Há mais casos suspeitos a aguardar resultados.
Trinta e cinco destes casos foram detetados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Há um caso positivo na região Norte e outro no Algarve. Segundo a DGS, todas as amostras pertencem ao subgrupo menos agressivo do vírus monkeypox, o que circula na África Ocidental.