O executivo da Câmara do Porto aprovou por unanimidade a transladação temporária do coração de D. Pedro para o Brasil no âmbito das comemorações do bicentenário da independência daquele país.
Na proposta, aprovada esta segunda-feira (18), o presidente da câmara, Rui Moreira, assinalou que o município pretende autorizar a transladação temporária do órgão através da celebração de um contrato de comodato a celebrar com o governo brasileiro.
“Tratando-se de um bem cultural, enquanto bem móvel que representa testemunho material com valor de civilização ou cultura, está sujeito a um especial regime de proteção e valorização”, salientou.
O autarca esclareceu que para que a transladação não comprometesse a integridade do órgão foi pedida uma peritagem técnica ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que concluiu ser possível realizar a mesma, mediante a “exigência de um transporte em ambiente pressurizado”.
“A Câmara Municipal do Porto assegurará todas as diligências necessárias, assim como a articulação com outras entidades, em especial com as autoridades brasileiras, no que concerne à segurança da operação de transporte”, afirma o autarca, adiantando que os custos serão assumidos pelo governo brasileiro.
Em 22 de junho, o presidente da Câmara Municipal do Porto anunciou que a trasladação do coração de D. Pedro para o Brasil, no âmbito das comemorações do bicentenário da independência deste país, seria autorizada.
A 30 de maio, o embaixador brasileiro George Prata, um dos coordenadores das comemorações, anunciou que o governo do seu país tinha enviado um pedido oficial a Portugal para a trasladação do coração de D. Pedro. Disse também que, se a trasladação fosse possível, a ideia é que, “em primeiro, o coração vá para Brasília”, capital do país.
O rei D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV para Portugal foi o monarca que conduziu o Brasil, antiga colónia portuguesa, à independência e cujo corpo se encontra na cidade brasileira de São Paulo.
O coração que D. Pedro IV doou ao Porto não está guardado a sete chaves, mas são precisas cinco, mais mil cuidados e uma complexa operação para o retirar do mausoléu da igreja da Lapa, como aconteceu em 2009.