“Vamos inaugurar um centro de empregabilidade que vai ajudar os profissionais cabo-verdianos a procurarem oportunidades, a circularem pelos países do mundo, não apenas pelos países francófonos, mas através dessa plataforma aceder a outros mercados, a mercados globais, mercados transnacionais e a recebermos também, porque é sempre nessa dupla partilha”, afirmou a secretária de Estado do Ensino Superior, Eurídice Monteiro.
A governante cabo-verdiana falava na segunda Conferência Inter-regional Pan-africana: África Científica e Plurilingue, realizada na Praia, reunindo oito países africanos e promovida pela AUF.
“Nós partilhamos e nós recebemos, então a receção que nós também fazemos é através do acolhimento da mobilidade internacional, académicos que queiram exercer alguma atividade em Cabo Verde, que queiram participar em alguma dinâmica universitária de investigação, então tudo isto ajuda. E o mais importante neste momento é ver que nós somos, sim, um país lusófono, mas nós precisámos reforçar as competências linguísticas também”, avançou Eurídice Monteiro.
Esta segunda edição da conferência inter-regional pan-africana, que decorre até hoje no ‘campus’ da Praia da Universidade de Cabo Verde sob o tema “a empregabilidade e o empreendedorismo de estudantes e aprendentes”, conta com delegações de oito Estados africanos, casos de Cabo Verde, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau e Senegal, além de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, três países lusófonos que se juntaram este ano ao evento.
O reitor da AUF, Slim Khalbous, reconheceu que a questão da empregabilidade é “delicada” no meio universitário, tendo em conta os anos necessários para a conclusão dos estudos, os respetivos “sacrifícios” das famílias e dos estudantes que depois “não encontram um emprego à altura do diploma que foi alcançado”.
“A AUF propõe algumas pistas, nos centros de empregabilidade francófonos (…) Vamos falar do conteúdo das formações, da adaptação das formações, adaptação às empresas, como fazer participar as empresas na conceção de algumas disciplinas e matérias para que haja uma correspondência entre desenvolvimento socioeconómico de um país e os diplomas que nós damos”, referiu Slim Khalbous, sublinhando tratar-se do “primeiro no mundo lusófono”.
O reitor da Universidade de Cabo Verde, José Arlindo Barreto, afirmou que este centro de empregabilidade francófona é de “extrema” importância para o país.
“Estamos abertos a outros estudantes para ajudar a ultrapassar o problema da empregabilidade em Cabo Verde com formações, com trabalhos a nível da pesquisa. Portanto, há um trabalho enorme a fazer, grandes expectativas”, concluiu José Arlindo Barreto.