A portuguesa Carla André concluiu os 217 quilómetros da ultramaratona Badwater em 44:35.14 horas, que lhe valeram o 19.º lugar na classificação feminina e o 72.º da geral.
A gerente bancária, de 36 anos, foi a única finalista portuguesa da ultramaratona na zona do Vale da Morte, na Califórnia, com partida na baía de Badwater (86 metros abaixo do nível do mar) e meta no monte Whitney (4.421 metros de altitude), os pontos mais alto e mais baixo do território norte-americano, na sequência da desistência de Carlos Sá.
“O Sonho comanda a vida e a Fé move montanhas!! Descobri que não há natureza inóspita, depende dos olhos que a veêm e da alma que a sente! Só assim foi possível terminar o mais difícil desafio a que me propus, 217km, temperaturas acima de 50 graus, tempestade de areia, e muito mais…”, afimou na sua página de Facebook.
O ultramaratonista natural de Barcelos, Carlos Sá, também explicou no Facebook os motivos físicos que o levaram a parar durante cerca de duas horas e meia, a 65 quilómetros da chegada, e à posterior desistência.
“Tudo estava a correr como planeado, mas os 700 quilómetros da Groenlândia, há menos de mês e meio, deixaram marcas, consegui aguentar o ritmo brutal até ao quilómetro 140, depois abrandei já a acusar muito desgaste e aparece o meu amigo Harvey [Lewis, segundo classificado], continuei com ele durante alguns quilómetros, mas uma súbita diarreia, dores abdominais e as pernas a dizer que não dá mais obrigaram a uma paragem de mais de uma hora”, explicou.
Considerada pela National Geographic uma das provas mais duras do mundo, a Badwater é realizada debaixo de fortes temperaturas na Califórnia. A edição deste ano teve como vencedor o norte-americano Pete Kostelnick, que concluiu o percurso em 21:56.32 horas. A primeira mulher a cruzar a meta foi Alyson Ventu, de Barbados, com o tempo de 25:53.07.