O Ribeirão da Ilha, um dos bairros mais tradicionais de Florianópolis, Brasil, celebrou este fim de semana, a 20 de maio, mais uma festa de devoção ao Divino Espírito Santo. Tradição religiosa foi levada à capital do estado brasileiro de Santa catarina por emigrantes açorianos.
«Andar pelo Ribeirão da Ilha nesta altura é quase como estar em Portugal, na Idade Média. Quem nunca participou nestas celebrações pensa que se trata apenas de um desfile. Mas, é muito mais que isso, é a nossa religião, é uma devoção ao Divino Espírito Santo», explicou Marciano Romeu Dutra, empresário local.
As celebrações, que incluem missas, desfiles e procissões, decorrem em várias cidades do estado brasileiro de Santa Catarina, principalmente do litoral. Manda a tradição que, 50 dias depois da Páscoa, se enfeite a comunidade brasileira, cabendo todos os anos a uma família diferente a organização da procissão em homenagem ao Divino Espírito Santo.
Este ano, no Ribeirão da Ilha, a honra coube à família de Láurea Wellington Dutra, que pagou uma promessa, depois de pedir que o filho de 5 anos começasse a falar.
Esse menino que, há 42 anos, disse a primeira palavra a Láurea, é o empresário Marciano Dutra, hoje com 47 anos. Ele e a esposa foram os reis da festa, e os pais Láurea e o marido os imperadores.
«A organização dá trabalho, eles tiveram de pagar a alguém só para desenhar e trazer as fantasias», contam.
A festividade, cuja origem remonta a 1320, surgiu depois de Isabel de Aragão prometer ao Divino Espírito Santo abdicar do trono e dar uma grande festa em sua honra, caso a paz voltasse ao seu lar, depois do rei Dom Diniz a ter traído. O pedido da rainha de Portugal concretizou-se, e manteve-se a tradição durante séculos, chegando depois ao brasil no século XVIII através de emigrantes açorianos.