Mais de 52 mil pessoas afetadas pela tempestade tropical Ana, que fustigou severamente algumas províncias das regiões centro e norte de Moçambique, estão ainda a aguardar pelo apoio do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e de outras organizações humanitárias nacionais e internacionais em Manica.
Segundo avança o jornal MZNews, no total, são 52.245 pessoas afetadas pela depressão em oito distritos da província de Manica, nomeadamente Chimoio, Sussundenga, Gondola, Manica, Mossurize, Macossa, Guro e Macate.
São pessoas que viram os seus bens a serem arrastados e destruídos pela depressão tropical Ana, muitas delas ficaram sem casas. Dos afetados, o INGD, em Manica, assistiu até então “apenas 3.265”, os restantes ainda pedem por apoios, “pois perderam tudo que tinham destruído pelas chuvas e ventos da tempestade tropical”, refere a publicação moçambicana.
“Alguns dos afetados na província que receberam o pouco do INGD agradeceram o gesto, visto que já se alimentavam de frutos silvestres e tubérculos”.
David Alexandre é um dos que já recebeu apoio, nomeadamente víveres e material de construção, no distrito de Gondola.
“A depressão tropical Ana destruiu muita coisa. Estragou muita coisa. O apoio do governo minimiza o nosso sofrimento”, disse, citado pelo MZNews.
Maria Gravata, residente do posto administrativo de Inchope, no distrito de Gondola, é outra vítima da tempestade Ana que já recebeu apoio. “Dou graças a Deus pela ajuda prestada pelo governo à população e outras entidades singulares daqui de Inchope. O líder comunitário mobilizou apoios para nós aqui”, disse, acrescentando: “Estávamos a passar mal, não tínhamos o que comer porque as chuvas destruíram e arrastaram o pouco que tínhamos”.
Segundo Vernito Gonga, chefe do Departamento Técnico do INGD em Manica, são mais de 3500 casas que ficaram total ou parcialmente destruídas, deixando famílias ao relento.
O responsável disse que, para além de casas, subiu de 103 para 139 o número de salas de aula destruídas pela intempérie, afetando pouco mais de 17.500 alunos, ao mesmo tempo que 5.311 hectares de áreas semeadas e algumas infraestruturas sociais e económicas, com destaque para duas unidades sanitárias, foram afetadas.
“Neste momento, o INGD está a envidar esforços para apoiar as famílias que ficaram sem os seus abrigos, bem como suas machambas. Neste momento ainda não temos víveres suficientes. Necessitamos de muita quantidade de bens alimentares para poder atender a todas famílias afectadas”, disse.
Gonga recordou que, face à época chuvosa, foram posicionadas embarcações para trabalhos de busca e salvamento na província, além de terem sido recativados 89 comités locais de emergência, que têm estado a sensibilizar a população para a tomada de medidas de precaução.