O responsável das florestas da World Wild Fund for Natures (WWF), Rui Barreira, aconselhou à redução do consumo da sardinha para não pôr em risco a sua subsistência.
Numa intervenção no fórum Gaia Todo um Mundo, Rui Barreiras lembrou que Portugal é dos “países do mundo que mais peixe consome” o que, no caso da sardinha, e da forma como é consumida e capturada, torna insustentável a sua subsistência.
“Vai deixar de ser uma espécie que podemos consumir porque vai ficar por baixo no ecossistema”, alertou o português membro de uma das Organizações Não Governamentais (ONG) ambientalistas mais conhecidas e influentes a nível internacional,
Referindo-se ao “Projeto Fish forward”, da WWF, recomendou em alternativa à sardinha o consumo da cavala, que indicou ser “uma solução sustentável e saborosa” por surgir no topo do ecossistema, dada a pouca procura em termos de pesca.
Salientando que “só a mudança de hábitos de consumo altera a qualidade de vida de todos sem prejudicar o planeta”, Rui Barreira revelou haver “cada vez mais jovens portugueses, em idade escolar, a tornarem-se vegetarianos”.
Procurando retirar peso ao anúncio do presidente Donald Trump da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, disse esperar que o efeito seja contrário à vontade do governante.
“O facto de ele ter retirado os EUA do Acordo de Paris não vai inviabilizar o país em continuar a ser líder na diminuição das emissões de CO2”, disse, explicando que “ao contrário do que possa pensar-se, estão todos a juntar-se no sentido de ir no caminho oposto, a começar pelos empresários locais”.
Da mesma forma, defendeu “uma gestão sustentável” da floresta portuguesa, “aumentando o mosaico florestal, como já sucede do rio Tejo para baixo”, ao contrário do que se passa no “Centro e Norte, fustigados pelos incêndios”.
E com os cidadãos no centro de todas as decisões, também as ONGs [Organizações Não Governamentais] “sofrem com isso”, admitindo o especialista português dificuldades financeiras na WWF por as pessoas “não terem o compromisso de lhes doar do seu dinheiro”.
“O problema de financiamento reduz a nossa capacidade de resposta e há que trabalhar com empresas, governos e a ter de recorrer a financiamentos europeus para podermos exercer a nossa atividade”, sustentou.
E concluiu: “há muito voluntariado social, mas pouco voluntariado ambiental”.
































