O educador português Alberto Carvalho, de 57 anos, vai assumir, no dia 1 de março, os comandos do 2.º maior sistema escolar publico de ensino dos Estados Unidos, o Distrito Unificado Escolar de Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia, com mais de 600 mil alunos.
Segundo aquele organismo, Carvalho vai auferir um salário de 440 mil dólares por ano – 90 mil a mais do que o seu sucessor.
Reconhecido nacionalmente como um dos líderes de topo na área do ensino a nível urbano, Alberto Carvalho ocupa ainda funções semelhantes em Miami, na Flórida – o 4.º maior distrito escolar do país. O seu contrato com o Distrito Unificado Escolar de Los Angeles estende-se até 28 de fevereiro de 2026.
Carvalho, que nasceu no Bairro Alto, em Lisboa, passou por uma carreira “meteórica no campo do ensino”, tendo começado como professor de ciências em Miami, subindo depois a vice-diretor de uma escola, depois porta-voz do distrito escolar do condado de Miami-Dade, e, finalmente, superintendente, o cargo máximo de chefia.
Citado pelo jornal LusoAmericano, o responsável diz que se compromete com a comunidade “a trabalhar todos os dias de uma forma determinada que eleve a dignidade e a humanidade de todas as crianças”. “E eu sei, posso assegurar-vos, que, juntos, vamos realizar grandes coisas”, ”, afirmou Alberto Carvalho, ao aceitar a posição.
À frente do distrito escolar de Miami, Alberto Carvalho conseguiu elevar os seus índices de aproveitamento, transformando-o num dos sistemas urbanos do país com melhores resultados. Em 2014, o português foi mesmo nomeado ‘Superintendente Nacional do Ano’ e, quatro anos depois, ‘Superintendente Urbano Nacional do Ano’.
Em agosto deste ano, Alberto Carvalho fez manchetes nacionais ao recusar-se a seguir as diretrizes do governador do estado da Flórida, Ron DeSantis, de banir o uso de máscaras nas escolas, por considerar a medida “perigosa e irresponsável”.
“A história de vida de Alberto Carvalho tem contornos quase cinematográficos. Um de 6 irmãos numa família pobre do Bairro alto, tinha 17 anos quando, após o ensino secundário, veio à aventura para a América, aterrando no Aeroporto Internacional JFK, em Nova Iorque; lavou pratos em restaurantes de Manhattan e trabalhou na construção civil. Diz ter dormindo na rua, debaixo de pontes, durante mês e meio. Sem falar uma palavra de inglês”, refere o LusoAmericano
Com a ajuda de um professor, entrou para um colégio no condado de Broward, na Flórida, e posteriormente para a Barry University, onde se formou em Biologia, corria já o ano de 1990. Planeava já uma carreira em Medicina quando aceitou dar aulas de Físico-Química no “Jackson Senior High School”.
Fonte: Lusojornal