Um jovem português de 19 anos ficou ferido no tiroteio de sábado em Villerupt (Meurthe-et-Moselle). Outras quatro pessoas foram também feridas, três das quais em estado grave.
O português e um homem de 20 anos, baleado no peito e no braço, ficaram com ferimentos de menor gravidade. Entre os feridos graves, há um menor luxemburguês de 17 anos, que foi atingido na cabeça e operado durante a madrugada de domingo; um francês de 20 anos que também ficou ferido no peito, “perto do coração”; e uma mulher argelina de 30 anos que foi baleada na anca.
O tiroteio ocorreu num “ponto de venda de droga” e estaria provavelmente ligado ao tráfico de estupefacientes em Villerupt, perto das fronteiras luxemburguesa e belga, segundo as autoridades locais.
O principal suspeito foi detido esta segunda-feira na mesma cidade, anunciou o procurador de Nancy, François Capin-Dulhoste, responsável pela investigação.
No domingo, foi encontrado em Fameck (Moselle), a cerca de 30 quilómetros de Villerupt, um veículo incendiado, “considerado como o veículo de fuga”, segundo o Ministério Público.
Tiroteio em Villerupt. “Os portugueses estão com medo”
O suspeito dos disparos, que terá usado uma “metralhadora”, foi detido esta segunda-feira de manhã, mas a detenção não descansa os residentes de Villerupt, a pequena cidade onde habitam 10 mil pessoas, entre elas cerca de dois mil portugueses.
O local onde ocorreu o tiroteio é conhecido de todos e das autoridades como ponto de venda de droga, aliás, numa das paredes está escrito quanto custa o preço das gramas de cocaína, de “shit” e de outros estupefacientes.
Um poiso estratégico que fica a poucos metros de distância da paragem de autocarros que partem e chegam do Luxemburgo, nesta cidade que também é próxima da Bélgica e estratégica para este tráfico. Por isso, as autoridades suspeitam que a violência esteja relacionada com os negócios da droga.
“Todos sabíamos o que se passava por ali. Por isso, o que aconteceu no sábado foi e não foi uma surpresa. E ainda hoje toda a gente só fala do tiroteio com preocupação”, declara um português residente em Villerupt há mais de 40 anos. “Acho que no fundo já esperávamos, mas custa ver que aconteceu mesmo”, admite. Esta portuguesa conta que o tráfico de droga naquele local, bem no centro da cidade, preocupa todos os residentes, entre eles os portugueses. “Eles [os traficantes] estão sempre lá. Uma coisa destas temia-se que podia vir a acontecer”, desabafa.
Aconteceu e com grande violência. “Agora, os portugueses estão com medo”, frisa o mesmo residente português “Estamos mal. Não nos sentimos nada seguros. Algo assim pode muito bem voltar a suceder”. Por isso, esta residente apela a que haja “mais policiamento, mais vigilância que possa travar o tráfico e a escalada de violência associada” em Villerupt.