O comandante militar da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA) reconheceu a «forte determinação» dos militares portugueses em expulsar um grupo armado de várias cidades do país africano.
Numa carta de elogio dirigida aos militares da 5.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana (RCA), maioritariamente composta por comandos, o general senegalês Balla Keita destacou o “compromisso, dedicação e ação sem falhas” do contingente português, que é a Força de Reação Rápida da MINUSCA na RCA.
Segundo o documento, divulgado pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), para Balla Keita os militares portugueses foram determinantes para expulsar os elementos do grupo armado 3R (Regresso, Reclamação, Reconciliação) das cidades de Boukaya, Letele, Bohong e Yade, situadas a cerca de 500 quilómetros da capital da RCA, Bangui.
Na carta, o general senegalês, que já antes tinha considerado os militares portugueses como os seus “ronaldos”, lembrou que nem o limitado apoio aéreo ou as dificuldades operacionais condicionaram a sua ação, destacando o profissionalismo e a capacidade de efetuarem operações ofensivas contra os grupos armados, mantendo sempre preocupação de proteger os civis.
“O comandante militar da MINUSCA destacou o papel crucial das tropas especiais comandos durante as operações para libertar a população da opressão dos grupos armados, cuja presença constitui uma ameaça à segurança e à liberdade de civis inocentes”, acrescenta o EMGFA, em comunicado.
A 5.ª Força Nacional Destacada na RCA, com um efetivo total de 180 militares, maioritariamente composta por tropas especiais comandos, três controladores aéreos avançados da Força Aérea e militares de outras unidades do Exército, regressou a Lisboa no dia 12 de setembro.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde está a 6.ª Força Nacional Destacada (FND), e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel Hilário Peixeiro.
A 6.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria paraquedistas, pertencendo 177 ao Exército e três à Força Aérea.
Na RCA estão também 14 elementos da Polícia de Segurança Pública.
































