17 estudantes cabo-verdianos, dos 117 que estudam no Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), já terminam as suas licenciaturas, numa altura em que a instituição mostra abertura para acolher mais alunos de Cabo Verde.
Essa abertura resulta de um protocolo existente entre o IPP e a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), desde 2018.
Os primeiros licenciados cabo-verdianos que saem este ano da instituição participaram, este sábado, na cerimónia de “Queima das Fitas”, no âmbito da Semana Académica de Portalegre, que contou com a presença do diretor-geral do Ensino Superior, Aquilino Varela.
Em declarações à agência de notícias de Cabo Verde Inforpress, à margem da cerimónia, o presidente do IPP, Luís Loures, explicou que no primeiro ano da vigência do protocolo receberam um contingente de 18 alunos cabo-verdianos, no ano seguinte 40, depois 45 e hoje são 117, com “indicações positivas”, sentindo-se “bem acolhidos e bem acompanhados”.
“Temos aumentado sempre o número de vagas para estudantes cabo-verdianos, porque o protocolo tem dado bons resultados. O facto de termos o protocolo diretamente com a DGES facilita muito e por estarmos sempre preocupados com a responsabilidade social, quando alguma coisa corre menos bem, precisamos ter um interlocutor melhor que nos ajude a resolver os problemas dos estudantes”, disse.
Segundo Luís Loures, o facto de o instituto acolher muitos estudantes cabo-verdianos em cursos de engenharias e energias renováveis, sendo que uma turma inteira que termina este ano a licenciatura em Engenharia de Produção de Biocombustíveis é de alunos de Cabo Verde, é porque o IPP sempre quer apoiar áreas emergentes e que dê contributo positivo para o desenvolvimento do País.
“Esse protocolo com a DGES tem sido importante para o sucesso dessa parceria e vamos alargar com um protocolo tripartido com empresas cabo-verdianas, para que esses estudantes que estão agora a terminar as suas licenciaturas possam regressar a Cabo Verde com um emprego garantido e contribuir positivamente para o processo de desenvolvimento do País”, frisou.
A assinatura do protocolo tripartido foi confirmada pelo diretor-geral do Ensino Superior, Aquilino Varela, indicando que as empresas são a Electra e o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI), considerando que os profissionais em áreas de energias renováveis “fazem muita falta” ao País.
“As funções da DGES não cessam com garantir o acesso dos alunos ao ensino superior, mas também temos de nos preocuparmos com o mercado de trabalho”, considerou, sublinhando que é a “primeira vez que Cabo Verde tem um contingente específico a sair de uma área altamente estratégica para o desenvolvimento do País, que é a de energias renováveis [Engenharia de Produção de Biocombustíveis]”, acreditando que “vão dar um grande contributo”.
Já os estudantes cabo-verdianos que são finalistas, manifestaram a sua felicidade em terminar mais uma etapa e com intenção de regressar a Cabo Verde para dar o seu contributo no desenvolvimento do arquipélago, sobretudo em energias renováveis.