Os portugueses que se deslocaram este fim de semana aos postos de abastecimento de combustíveis enfrentaram longas filas de dezenas de carros, sobretudo nas bombas ‘low-cost’, antes da subida dos preços prevista para esta semana.
“É para atestar, por favor” foi uma frase repetida nos postos de abastecimento de combustíveis espalhados por todo o país, com filas de dezenas de carros, sobretudo nas bombas ‘low-cost’, antes da subida dos preços prevista para esta semana.
Depois do anúncio da subida dos preços do gasóleo e da gasolina, com aumentos superiores a 14 e oito cêntimos por litro, respetivamente, as filas de carros foram constantes durante este fim-de-semana, em especial no segmento de baixo custo (‘low-cost’) e ainda com ‘stock’ dos dois tipos de combustível.
O Governo anunciou na sexta-feira à noite um conjunto de medidas destinadas a mitigar o aumento do preço dos combustíveis, entre as quais a subida do desconto no Autovoucher de cinco para 20 euros e a manutenção, até 30 de junho, da redução do ISP na gasolina e no gasóleo e do congelamento da taxa de carbono.
Em vésperas de novos aumentos dos preços dos combustíveis, pela 10.ª semana consecutiva, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, e do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, anunciaram em conferência de imprensa medidas destinadas a conter o impacto das subidas que, em conjunto, totalizam mais de 165 milhões de euros.
As medidas incluem ainda o prolongamento por mais três meses do apoio dado a táxis e autocarros (pagando agora 30 cêntimos por litro de combustível, em vez dos atuais 10), a atribuição de 150 milhões de euros da receita do Fundo Ambiental ao sistema elétrico nacional para baixar a tarifa de acesso às redes e o aumento do apoio individual para a aquisição de veículos elétricos de três para quatro mil euros, enquanto o montante anual subirá, este ano, para 10 milhões de euros.
Os revendedores de combustíveis consideram “insuficientes” as medidas anunciadas pelo Governo para mitigar o “enorme aumento” dos preços, reiterando que a “solução definitiva” passa por diminuir a “carga fiscal pesadíssima” que incide sobre a gasolina e o gasóleo.
“Do ponto de vista da análise das medidas anunciadas, a ANAREC [Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis] conclui que as mesmas são insuficientes e, mais uma vez, de caráter temporário e não permitem uma solução definitiva do verdadeiro problema do preço dos combustíveis, que é a carga fiscal pesadíssima que incide sobre gasolina e gasóleo”, traz comunicado.
Para a associação, “em suma, uma vez mais o Governo toma medidas que não solucionam a dinâmica do mercado dos combustíveis nem previnem eventuais aumentos que possam ocorrer de futuro”.
“A Anarec reitera o que já deixou dito nas suas várias intervenções: Para este enorme aumento dos preços impunha-se uma diminuição significativa dos impostos ao nível do ISP para que o aumento se esbatesse no preço no ato do abastecimento”, defende.
“Por outro lado, o aumento vem deixar ainda mais desprotegidos e em situação financeira preocupante os chamados ‘postos de fronteira’, pois acentuar-se-á a diferença dos preços para os preços praticados em Espanha”, sustentam.